sábado, 2 de julho de 2005

Saramago sem utopias

Fevereiro de 2005.
O escritor vai ao Fórum Social Mundial e chama a atenção das esquerdas para que pensem mais no dia do amanhã do que no futuro distante.
Saramago e nossos moinhos de vento
O prêmio Nobel da Literatura vai pela primeira vez ao Fórum Social Mundial e, com sagacidade e perspicácia, provoca questionamentos em todas as suas intervenções
Nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, conselho de Golegã, no dia 16 de novembro de 1922, embora o registro oficial mencione o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até o princípio da idade madura tivessem sido numerosas e, às vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal. Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades econômicas. No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhista, funcionário da saúde e da previdên-cia social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance (Terra do Pecado), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos em uma editora, onde exerceu funções de direção literária e produção. Colaborou como crítico literário na Revista Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redação do Jornal Diário de Lisboa, no qual foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre abril e novembro de 1975 foi diretor-adjunto do Diário de Notícias. Desde 1976 vive exclusivamente do seu trabalho literário.
O perfil acima é do site oficial do escritor José Saramago. Foi preservado o texto no original, assim como prefere o autor perfilado, que não permite a adaptação dos seus livros de um português para outro. Nessa quinta edição do Fórum Social Mundial, Saramago esteve em dois debates distintos debatendo mais a utopia em Dom Quixote, em um deles, e mais a democracia e seus limites na atualidade, em outro.
Uma nova visão do conceito de utopia
Tenho uma má notícia para lhes dar. A má notícia que tenho a vos dar, sobretudo depois de ter escutado os nossos amigos que falaram antes de mim, é que eu não sou utopista. E a pior notícia ainda é que que considero a utopia, ou o conceito de utopia, não só inútil como também tão negativo como a idéia de que, quando morrermos, todos, vamos ao paraíso. A utopia, segundo diz, começou com Thomas Moore, com seu livro A utopia, publicado em 1516. E aí se coloca o nascimento de uma palavra, de uma idéia, mas poderíamos ir muito mais atrás. Poderíamos ir a Platão.
No fundo, a utopia nasce sem nome e talvez seja o que está ainda a atrapalhar aqui, tudo isso, seja o nome. Porque, a rigor, tudo o que foi dito antes poderia ter sido dito com igual rigor, com igual propriedade, com igual pertinência, sem a intenção da palavra utopia. Demonstrarei, ou pelo menos tentarei demonstrar mais adiante, por que há uma questão que é indissociável, da utopia, ou do pensamento utópico, ou do anseio do ser humano por melhorar a vida, e não só no sentido material de melhorá-la, mas também numa outra dimensão: na dimensão espiritual, na dimensão ética, na dimensão moral. Está indissociavelmente ligado, e parece que não, à revitalização e, se quiserem, à reinvenção da democracia.
Mas vamos primeiramente a Dom Quixote. Mas, antes de falar de Dom Quixote, queria dizer que os 5 bilhões de pessoas que vivem na miséria, conforme nos declarou Ignacio Ramonet (editor do Le Monde Diplomatique, que havia falado na palestra antes de Saramago), na palavra utopia não significam rigorosamente nada. Os 5 bilhões de pessoas que vivem na miséria, esses a quem se referiu Ignacio Ramonet, no conceito da palavra, nas sílabas, no som de utopia, repito, não significa nada. E também não significará muito depois de que tenham suas necessidades essenciais satisfeitas, que passem também a usar ou a divulgar ou a utilizar um discurso mais ou menos emotivo da palavra utopia, como se isso viesse a acrescentar algo àquilo que foi conquistado com trabalho, com luta.
A essência de Quixote
Costuma dizer, e o próprio Cervantes o diz, que Dom Quixote, por tanto ler e por tanto imaginar, enlouqueceu. Não ele, mas um senhor que se chamava Alonso Quijano, quando era, quando tinha razão; a razão esta que vos apresento, de cabeça, Dom Quixote chamava-se Alonso Quijano. É claro que, depois de ter enlouquecido, não contente com o nome que tinha, que era o nome corrente, e para dignificar-se, uma vez que entrara, hipoteticamente, em uma ordem de cavalaria onde ele era o único representante, teve de escolher outro nome – Dom Quixote. E assim entrou na imortalidade. Diz-se que ele enlouqueceu. Mas há talvez uma outra maneira de interpretar as coisas.
Imaginemos que Alonso Quijano, tenho que dizer que lamento muito que Cervantes não nos tenha falado mais desse homem anterior a Dom Quixote que se chamava simplesmente Alonso Quijano, estava, mais ou menos como cada um de nós: estava farto da vida que levava. Conhecemos todos aqueles casos em que a pessoa está em casa e diz "vou comprar cigarros" e nunca mais volta. Esse é o caso da pessoa que estava farta da vida que levava e decidiu-se ir por uma porta não muito leal, não muito digna e disse "vou comprar cigarros" e nunca mais voltou.
No tempo de Cervantes é difícil, creio mesmo que seria impossível, que alguém que tivesse decidido mudar de vida de maneira tão radical quanto essa, que con-siste na mudança de vida de Alonso Quijano para transformar-se em Quixote, conseguisse só pelo fato de dizer "eu quero mudar de vida". Porque ninguém, enfim, no pequeno meio em que ele vivia, ninguém entenderia. Então, o melhor é dizer "estou louco". E a partir do momento em que alguém diz ou se comporta como louco, tudo lhe é permitido, porque é louco. E esse é o grande truque de Alonso Quijano, que se declara louco, sem o ser. E, no final, Dom Quixote resolve voltar a ser Alonso Quijano. O itinerário de uma falsa loucura que acaba por regressar aonde principiou à humilde razão humana com a qual temos de viver e com a qual temos de trabalhar.
Os discursos dos políticos
As palavras são umas desgraçadas e podemos fazer delas tudo aquilo que queremos. Por isso, um político português que esteve aqui há poucos dias disse que política é a arte do possível. Pois eu disse há alguns anos que política é a arte de não se dizer a verdade. Sabemos que os políticos, em grande parte, mesmo quando não fazem um discurso para esconder, para não dizer a verdade, fazem um discurso que comumente falseia, deturpa, condiciona e manipula.
Utopia é o discurso do não-existente
Quando eu vos digo que não sou um utopista e que até admiti, com toda franqueza, que me desagrada o discurso sobre a utopia, é porque o discurso sobre a utopia é o discurso do não-existente. Toda gente sabe que a utopia é um lugar que está em um lugar qualquer e que, portanto, não se sabe, não se conhece o destino, também não se sabe o caminho para lá chegar. Também não se saberá quando. Mas o pior de tudo é o equívoco tremendo que caímos, todos, quando falamos de utopia, que é o seguinte: a utopia, no fundo, no fundo, em termos práticos, significa que eu, que necessito de umas tantas coisas, quer como pessoa, quer como membro de uma coletividade, de uma sociedade, mas que sou consciente de que não se pode ter agora, porque os inimigos são mais poderosos, porque me faltam os meios, porque a fruta não está madura e, portanto, digo, ponto.
Isso que não pode ser agora, tem de sê-lo um dia. Hitler também dizia que o regime nacional-socialista era para durar dois mil anos e aqui está outra utopia. E vivemos utopias como vive-mos há séculos de mitos, de crenças, vivemos de coisas que não têm nada que ver com a razão. Basta ver a multiplicação das igrejas, das seitas, de tudo isso, que não têm nada para dar, mas que têm tudo para prometer. E essas são formas de utopias.
O grande equívoco que temos é imaginar que aquilo que nós precisamos hoje, mas que não podemos ter por faltar-nos meios de todo tipo, devemos colocar para ter em um futuro. Isso se esquece de um pormenor muito simples, vamos imaginar que aquilo que nós desejare-mos ou desejaríamos ou desejamos ou estamos desejando agora mesmo, seja talvez realizável no ano 2043. Vamos imaginar isso... Não, não, de 2043 estamos muito perto, vamos imaginar que precisamos de mais 100 ou 150 anos para que nosso desejo seja possível de realização.
Quem é que nos garante que as pessoas que então estejam no mundo, os vivos de então, descendentes nossos, daqui a 150 anos, porque nenhum de nós estará vivo para ver, quem é que nos garante que eles estarão interessados naquilo a que nós agora estamos interessados? Quem é que nos garante isso? O dia de amanhã é a nossa utopia. É com o trabalho do hoje que se constrói não já a utopia de amanhã, porque essa, a utopia, já vemos que não é tão modesta; em questões da noção de tempo, sempre se projeta não se sabe quando, não se sabe donde, com essa pequena vida que temos e com a nossa relativa esperança de que amanhã ainda estaremos todos vivos, é com o trabalho do hoje que este amanhã será. E é com o trabalho do que está passando aqui no Fórum social Mundial que o dia de amanhã poderá sofrer, perceber, captar alguma transformação.
O que é a esquerda
Em vez de discutir a utopia, se há uma coisa que a esquerda está mais necessitada é de uma revisão rigorosa e criteriosa dos conceitos. Pois, como eu disse antes, as palavras são umas desgraçadas, não podem resistir. A palavra é uma coisa que está ali para ser utilizada quando nos parece. E o pior de tudo é que se pode usar a mesma palavra para dizer coisas não só diferentes, como muitas vezes frontalmente contrárias. Por isso é que eu digo que nós, a esquerda, deveríamos nos dedicar a rever o conceito de esquerda. Que é esquerda hoje? Donde está? Está aqui? Claro que sim, claro que sim que está aqui. Mas, na esfera política, muita gente fala da esquerda, como, para voltar a uma frase muita conhecida, invocar o santo nome de Deus em vão.
A democracia amputada
Eu tinha dito que iria propor tirar a palavra utopia do dicionário. Mas, enfim, não vou a tanto, deixe ela lá estar. Deixe ela estar, até porque ela está quieta. O que eu queria dizer, amigos, é que há uma outra questão que tem de ser urgentemente revista. Tudo se discute neste mundo, menos uma única coisa que não se discute. Não se discute a democracia. A democracia está aí, como se fosse uma espécie de santa no altar, de quem já não se espera milagres, mas de quem está aí como uma referência. Uma referência é a democracia. E não se repara que a democracia em que vivemos é uma democracia seqüestrada, condicionada, amputada. Porque o poder do cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na esfera pública, a tirar um governo de que não gosta e a pôr outro de que talvez venha a se gostar. Nada mais.
Mas as grandes decisões são tomadas em uma outra grande esfera e todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras internacionais, os FMIs, a Organização Mundial do Comércio, os bancos mundiais, tudo isso. Nenhum desses organismos é democrático. E, portanto, como é que podemos falar em democracia se aqueles que efetivamente governam o mundo não são eleitos democraticamente pelo povo? Quem é que escolhe os representantes dos países nessas organizações? Os povos? Não. Donde está então a democracia?
As universidades
Sou a pessoa menos indicada para falar do papel das academias e da universidade. Em primeiro lugar, porque nunca passei por uma universidade. Agora passo muitas vezes porque já me fizeram trinta ou mais doutoramentos honoris causa, não sou autodidata, fui fazer mecânica, aprendi a trabalhar com as mãos numa escola profissional e, portanto, a universidade é aquela coisa que está ali e até hoje eu nunca estudei. Não sei se ganhei ou perdi com isso. O pior que se pode notar, não em todas as universidades, mas em demasiadas, é essa espécie de processo endogâmico de reprodução. Quando digo reprodução não é que os professores reproduzam professores, é uma espécie de consciência exacerbada da impotência, não da universidade, mas do universitário.
Há uma espécie de hierarquia, de elite universitária, que até do ponto de vista profissional é preparadíssima, faz o seu trabalho, mas às vezes sabem por que o fazem, mas não para quem fazem. Acho que a universidade deveria abrir suas portas para quem está fora e poder entrar, ter aulas, isso sim que é utópico. Agora a universidade tem de abrir suas portas e ver o que se passa aqui fora, a universidade não pode ser uma espécie de Sancto Sanctorum, em que só se entra na graça de Deus. Por exemplo, todo esse debate que se está a fazer aqui no Fórum deveria ser um debate vivo dentro das universidades. Isso que está aqui devia transladar-se. Por exemplo, aqui falamos muito do estado da democracia, por que as universidades não estabelecem debate sobre a democracia? São eles que podem decidir se podem e querem fazer isso.
Abortos intelectuais
Também tenho uma história que creio que vão apreciar. Estava há poucos meses em um encontro de prêmios Nobel em Barcelona. Lá estavam 12 pessoas que receberam prêmios de literatura, física, medicina, enfim... Houve um debate sobre o papel do ensino superior e fomos surpreendidos pela intervenção de uma dessas pessoas que, depois de uma introdução um pouco confusa, pois não era possível saber onde queria chegar, e chegou, é que não deveríamos esquecer a importância do Criacionismo.
Se é certo que a ciência propõe uma interpretação evolucionista do universo também é verdade que nos textos bíblicos, no Genesis, há muito que levar em conta. Então propunha uma fusão entre o Evolucionismo e o Criacionismo. Olhamos para ele aterrados porque aquele senhor é prêmio Nobel, tem uma responsabilidade intelectual pública e é norte-americano. Provavelmente viria de um daqueles estados, que não são poucos, em que se ensina o Criacionismo como doutrina pseudocientífica, do nascimento de tudo quanto.
Ele justificava que os sete dias da Criação não deveriam ser interpretados como sete dias, são sete períodos, então tem de haver uma leitura do Criacionismo que se encaixe com o evolucionismo. Isso que parece uma história louca inventada por mim, agora mesmo é pura realidade... Diante disso, o que devemos fazer com as universidades se algumas delas são capazes de gerar abortos intelectuais desse tipo?
O direito e a liberdade de comunicação
Eu creio que não se pode nem se deve refazer a felicidade das pessoas sem a participação delas, muito menos contra elas. Esse, provavelmente, foi o pecado mortal dos socialismos praticados no último século. Não se pode, nem mesmo que a sociedade funcione perfeitamente, ignorar o ser humano. Eu não vejo nenhuma incompatibilidade entre a satisfação das necessidades básicas e a liberdade. Dissentir é algo que não se pode reprimir em nenhum lugar, porque se está a eliminar-se algo fundamental que é a capacidade de cada um ex-pressar aquilo que tem o que dizer. O controle dos meios de comunicação, qualquer controle, leva a riscos. E temos a prova.
Os meios de comunicação mundiais estão praticamente controlados, e hoje não é possível um jornal independente, e se houver morre ao fim de uma semana por não ter publicidade nem pessoas em estado de quase santidade que vão sacrificar seu futuro em um jornal que não lhes vai pagar o que devia e ainda por cima em um emprego precário. Isso leva à extrema manipulação do jornalista camaleônico, que muda de opinião conforme o jornal, a rádio ou a TV em que trabalha.
Se perguntarmos sua opinião, talvez nem saberia dizer sua opinião, mas terá a opinião que tiver o meio de comunicação em que trabalha. Se isso é verdade no atual sistema, seria também no outro. Este é realmente o problema. A pergunta é essa: como formei a minha opinião, com que dados? Quando vamos analisar descobrimos que a opinião não é nossa, ou é dificilmente nossa. Principalmente porque as notícias vêm de um jornal feito de um modo que não pode ser feito.
Os direitos humanos
O século XXI será o século em que ganharemos ou perderemos a batalha dos direitos humanos. Essa frase foi proferida na declaração de 1948, em Nova York, nas Nações Unidas. Em 1998, quando comemoramos improváveis 50 anos dessa carta, simpósios, artigos e ensaios foram escritos sobre o tema. Nas semanas que antecederam a data, foi o tema único nos órgãos de comunicação. A humanidade não só progrediu na aplicação dos direitos humanos, como em muitos aspectos andou para trás.
Em 2048, quando se voltar a falar sobre direitos humanos, acredito que esteja ainda pior. Por que estará pior? Quem manda no mundo? O mercado, o lucro, a ganância. Se os partidos que governam se submetem aos poderes econômicos, a quem serve o poder político? Apenas para adaptar legislações nacionais e ser vigia de manifestações de protesto? As multinacionais mandam no mundo. Que democracia é essa? Prefiro chamar a isso de Ditadura do Capitalismo. Nunca fomos uma democracia. Quero lembrar aos senhores que não há memória de uma greve em uma fábrica de armas sequer. É uma democracia de aparências.
Globalização e direitos trabalhistas
Quero falar de questões que tocam a Europa e talvez não toque diretamente vossos países hoje, mas decerto tocarão em breve. A Constituição européia foi discutida e aprovada no parlamento europeu e vai agora ser votado nos parlamentos nacionais. O primeiro país é a Espanha. Há uma questão de direitos humanos e de direito ao trabalho em xeque. No artigo 205 da constituição. Se aprovado, a Europa se despreocupa de aspiração ao pleno emprego. O artigo 203 prevê a esterelidade laboral, com maior flexibilidade.
Ser humano nos últimos 20 anos deixou de ser cidadão para ser consumidor, cliente. Se essa diretiva for aprovada, e decerto que vai ser, uma empresa polaca, ou polonesa, como vocês dizem no Brasil, pode construir uma fábrica na Espanha, contratar com salários polacos e ela só terá de responder à legislação nacional da Polônia, cujo governo será o responsável pela fiscalização. Se uma empresa da Estônia oferecer trabalho temporário em outro país, não pode haver intervenção dos governos nacionais.
Salto do Fórum
O FSM corre o risco, e perdoem-me por atirar água fria na fervura do natural entusiasmo, de ser uma festa, uma espécie de lugar sagrado. Como se Porto Alegre fosse uma Meca, para onde os fiéis, que somos nós, fôssemos e atirássemos pedras ao diabo, que não está em Meca e nem aqui. Por favor, não quero que o Fórum seja um partido político, mas que tenha algumas posições para aparecer na mídia e não só algo bonito uma vez por ano.
Para cumprir objetivos que o fez nascer, é preciso formular algo que se opõe ao que acontece no mundo. Do contrário, corre-se o risco de sofrer com um processo de laminagem, em que se perde espessura até que se rompa por ser tão fino. Não sei se tenho razão, mas que se declare uma voz consensual, não voz única. Esse Fórum é o momento para um salto qualitativo, porque em quantidade somos mais que suficientes.

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