Por unanimidade, Conselho de Ética decide pela cassação de Demóstenes
Por 15 votos a zero, o Conselho de Ética do Senado aprovou na noite desta segunda-feira (25), a cassação do mandato do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) por quebra de decoro parlamentar. O pedido de cassação partiu do senador Humberto Costa (PT-PE), que, em seu relatório, argumenta que Demóstenes recebeu "vantagens indevidas" do empresário Carlos Augusto Ramos, o Cachoeira, e praticou "irregularidades graves" em seu mandato.
O processo de cassação segue para votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e vai ao plenário. Para que Demóstenes perca o mandato em definitivo, o pedido de cassação tem que ser aprovado por pelo menos 41 senadores no plenário em votação secreta.
O relator afirma que Demóstenes agia como uma espécie de "despachante de luxo" do empresário ao defender seus interesses em órgãos do governo - como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Ministério da Educação e a Receita Federal. "A vida política do senador Demóstenes, desde 1999, gravita em torno dos interesses de Carlinhos Cachoeira no ramo de jogos de azar", disse o relator.
"É incrível que alguém com tanto conhecimento na área de informação e contrainformação, simplesmente nada soubesse sobre uma pessoa que lhe era tão próxima, o Carlinhos Cachoeira", afirma Humberto Costa. Ele diz que a versão de Demóstenes é "fantasiosa" e o senador teve o real interesse de agir como seu informante no Congresso.
Costa diz que o comportamento de Demóstenes "põe em xeque" sua referência como parlamentar à sociedade. "Não importa que seja uma dívida de R$ 1 ou de R$ 50. O que possui implicância ética é a falta de decoro de um parlamentar quando aceita que um terceiro assuma o pagamento de suas faturas telefônicas e outras despesas. Ainda mais quando esse terceiro é um delinquente."
O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que Costa "extrapolou" ao apresentar no relatório fatos inverídicos - como citar uma viagem que o senador fez ao Rio de Janeiro em um jatinho supostamente pago por Cachoeira. "O voto é político, mas o processo tem que ter limites", disse.
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