quarta-feira, 27 de junho de 2012

São Paulo tem a terceira chacina em 4 dias

André Caramante
Quatro jovens, com idades entre 16 e 20 anos, foram as vítimas da terceira chacina registrada nos últimos quatro dias em São Paulo. Hederton José Cunha, de 16 anos, Raimonde Anunciação Batista, de 20 anos, Estevam Marine de Campos e Denis Silva Aparecido, ambos de 19 anos, foram mortos a tiros, por volta das 20h30 de anteontem (25), no Jardim Antonio Picosse, periferia da cidade de Poá, área leste da região metropolitana.
Os assassinatos em Poá foram a quinta chacina em 2012 na Grande São Paulo. As três chacinas nos últimos quatro dias ocorreram no mesmo período em que PMs têm sido mortos em crimes com características de encomendados.
Em apenas 11 dias deste mês (de 13 a 23) foram seis PMs mortos fora do horário de trabalho. Nove ônibus também foram queimados em 13 dias. Por conta das mortes dos policiais, os cerca de 100 mil PMs de São Paulo estão em estado de alerta geral.
Para o delegado Marcos Carneiro Lima, chefe da Polícia Civil de São Paulo, as três chacinas dos últimos quatro dias "são crimes atípicos e têm total atenção da polícia no momento". A polícia investiga se as mortes dos seis PMs são uma retaliação do grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) à operação da Rota que deixou seis mortos em maio, e à transferência de um dos chefes da quadrilha para um presídio com normas mais rígidas.
Até a conclusão desta edição, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) não dava detalhes sobre a chacina em Poá. A única informação era a de que "tiros foram ouvidos, a PM foi chamada, localizou as vítimas caídas e as levou para o hospital, onde morreram".
O delegado Jorge Carrasco, chefe do DHPP, foi procurado ontem, mas disse apenas que continua investigando os casos. No domingo passado, Carrasco assumiu que uma das chacinas investigadas, ocorrida na sexta-feira (22) à noite no Capão Redondo e com três mortos, pode ter sido uma retaliação por conta da morte do policial militar Paulo César Lopes Carvalho, de 40 anos. Ele foi morto um dia antes da chacina, em um mercado a 4 km do bar onde os três homens foram atacados.
Em apenas quatro horas de anteontem, das 20h às 24h, outras seis pessoas foram mortas na Grande São Paulo. Foram quatro na zona sul; uma na zona leste e uma outra também em Poá. Texto publicado originalmente em 27 de junho de 2012, no jornal Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano.

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