Piaf - um hino ao amor
Assisti ao filme há dois meses, não sou perita em crítica e não gosto de recomendar livros, filmes, peças etc. Mas tudo tem a primeira vez. Então recomendo. A todos. Volta e meia as imagens me tomam de surpresa. Algumas merecem destaque: "Padam" - diz a personagem (que interpretação!), dirigindo-se aos músicos. Impossível transcrever. Postei o comentário abaixo, concordo com o autor - a cena da luta...
Comentário de Rodrigo Rosp (1)
Piaf - Um hino ao amor é um filme feito para ser emoção pura. E, assim, ele funciona maravilhosamente. É difícil algum espectador se manter alheio à história trágica, aos desafios e sofrimentos incessantes que acompanham a personagem desde os primeiros momentos da sua vida até o derradeiro. Apenas uma pessoa insuportavelmente chata poderia barrar toda essa carga de emoção genuína e questionar o filme de forma racional.
Pois bem, eis-me aqui para isso. Afinal, em meio a esse turbilhão de emoções, há alguns detalhes que impedem que Piaf (o filme) seja tão inesquecível quanto Piaf (a cantora) e se torne uma obra-prima. Os dois principais problemas da produção estão estreitamente relacionados. Um deles é a excessiva duração: são duas horas e vinte. Não seria nada difícil excluir (a cena da luta, por exemplo) uns 30 desses 140 minutos sem prejuízo algum à obra – ao contrário, com benefícios ao ritmo e ao roteiro. Aí surge o segundo problema: a tentativa de mostrar os dramas e as tragédias da protagonista passa do que seria natural. Parece que algumas cenas estão lá só para acentuar esse sofrimento, o que não seria necessário, pois ele já é grande o suficiente. A seqüência em que ela tem a amiga levada embora por policiais é um exemplo: fica solta no roteiro, só está ali para ser "um drama a mais". A soma desses pequenos excessos são o ponto negativo de um filme que tem muito mais acertos do que erros. Para entrar nos pontos positivos, é preciso dizer que o grande destaque tem nome e sobrenome: Marion Cotillard. A sua personificação de Edith Piaf é espantosa. Tudo funciona com a máxima naturalidade: os gestos, a voz, o olhar, a expressão corporal (sempre encolhida, voltada para si, parecendo temer qualquer exposição). Com essa enorme força visual, a composição da protagonista é simplesmente perfeita – uma mulher com medo das pessoas, de se aproximar, de se ferir, que consegue extrapolar tudo isso com espontaneidade, humor e uma voz que vai conquistando, um a um, aqueles que a cercam. Voltando aos acertos do filme, na maior parte do tempo o drama consegue ser contado no tom certo.
A parte inicial, quando ela ainda é menina, concentra maior carga dramática e é executada com rara habilidade. Em outro momento de grande emoção, o belíssimo epílogo fornece boa quantidade de lágrimas ao acender das luzes. Nesse instante, não são, no entanto, emoções vãs ou artificiais. A emoção é construída com lirismo e sinceridade. Pois, que há arte em Piaf, disso nem mesmo o maior chato pode duvidar.
Direção: Olivier Dahan. Roteiro: Olivier Dahan. Intérpretes: Marion Cotillard (Edith Piaf); Sylvie Testud (Mômone); Clotilde Courau (Annetta Gassion); Jean-Paul Rouve (Louis Gassion); Pascal Greggory (Louis Barrier); Marc Barbé (Raymond Asso); Caroline Sihol (Marlene Dietrich); Emmanuelle Seigner (Titine); Catherine Allégret (avó); Gérard Depardieu (Louis Leplée); Jean-Pierre Martins (Marcel Cerdan). França/Reino Unido/República Tcheca. 2007. (140 min.)
Créditos das imagens aqui:
3 Comentários:
ótimo post, mas este filme eu não tenho condições de ver no momento- vou chorar demais. Piaf me leva às lágrimas e estou mto vulnerável. Aprendi a me poupar qd dá,né? mtas vezes é impossível.
Agora sim vais gostar d eblogar hihihi
vai viciar hohoho
bjs laura
Fui ver e gostei demais do filme,ma so rapaz da crítica ai tem razão. Boa crítica. bjs Laura
vou colocar link pra cá qdo falar do filme. Hoje talvez.
mande notícias, moça, bjs Laura
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