Júri popular decide hoje se espanhol acusado de ter matado taxista há 27 anos será condenado
Começou nesta quinta-feira (31), às 8h30, na 2ª Vara Privativa do Júri, o julgamento do espanhol Francisco Ramiro Ferreiro Espasadim, de 52 anos, um dos dois acusados de matar o taxista Zigomar Albuquerque do Sacramento, no motel Vips, em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador.
O crime ocorreu no dia 30 de setembro de 1984, no apartamento nº 315 do motel Vips, onde Espasadim e o outro acusado - Isauro Pazos Gerpe, de 63 anos, também espanhol - eram gerentes. Zigomar, pai de oito filhos, foi morto a pauladas e por espancamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime foi cometido pelos dois gerentes e teria sido motivado por um rabisco feito pela vítima na parede do apartamento do motel. Zigomar teria escrito a palavra “Zigom” e a letra “Z”.
Prisão preventiva - No dia 10 de outubro de 1984, foi decretada a prisão preventiva dos acusados, mas eles fugiram. Em dezembro de 2008, 24 anos depois do crime, Francisco Ramiro foi preso no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, quando tentava embarcar para a Espanha. Já Isauro Gerpe, continua foragido, mas o processo contra ele permanece tramitando, segundo a Promotoria.
Francisco Ramiro será julgado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e emprego de recurso que causou sofrimento à vítima, e impossibilitou-a de defesa), que tem pena prevista de 12 a 30 anos de prisão.
O júri será presidido pelo juiz José Vilebaldo Freitas Pereira, e a acusação será representada pelos promotores de Justiça Antônio Luciano Assis e Davi Gallo Barouh.
O crime
O crime aconteceu há 27 anos, no dia 30 de setembro de 1984, no apartamento nº 315 do motel Vips, onde Zigomar foi friamente assassinado na presença de sua mulher, Edina Sacramento, com quem estava comemorando o 20º aniversário de casamento.
Por volta das 14h30, quando o casal pretendia sair, foi impedido por Francisco Espasadim e Isauro Gerpe, que chegaram ao apartamento após serem informados por uma camareira, que na parede do apartamento estavam escritas a palavra “Zigom” e a letra “Z”.
Isauro Gerpe desferiu golpes com pedaços de madeira contra Zigomar, atingindo-o na cabeça e nos ombros. Mesmo ferido, o taxista conseguiu correr para o corredor do motel, mas foi perseguido por Francisco Espasadim, que disparou um tiro contra Zigomar, mas não conseguiu atingi-lo.
Os acusados arrastaram Zigomar para o apartamento e trancaram-no, dando início ao brutal assassinato, na presença camareira, de um garçom e do cozinheiro do motel, que foram obrigados pelos gerentes a ficar no local.
A mulher de Zigomar foi levada pelos gerentes para o escritório do motel, onde foi espancada por eles, que deixaram-na trancada e retornaram ao apartamento para concluir o crime. Zigomar chegou a oferecer seu carro e cheques assinados em branco aos gerentes, em pagamento pelo que escreveu na parede, para que poupassem a sua vida, mas foi espancado e torturado até as 17h30, quando não resistiu aos ferimentos.
Quando os acusados constataram que Zigomar estava morto, eles foram ao escritório onde Edina Sacramento estava trancada, e levaram a mulher da vítima para um depósito de bebidas do motel, deixando-a novamente trancada e retornaram ao apartamento onde estava o corpo do taxista.
Os acusados colocaram o corpo de Zigomar no porta-malas do carro da vítima e abandonaram o cadáver em um terreno em Itinga, Lauro de Freitas, e retornaram ao motel. A mulher da vítima, que continuava trancada no depósito de bebidas do motel, foi libertada por Isauro, por volta das 19h, e foi informada que seu marido estava em uma delegacia próxima dali.
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