Delegado-geral de SP diz estar satisfeito com as investigações dos arrastões na cidade
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, divulgada hoje, o chefe da Polícia Civil paulista, Marcos Carneiro Lima, diz estar satisfeito com as investigações sobre arrastões na cidade.
Folha - Como o senhor vê a onda de arrastões a condomínios e restaurantes em São Paulo?
Marcos Carneiro Lima - Essa é nossa luta constante. Há um espaço maior na mídia para esse assunto arrastão por dois motivos. O primeiro é que o número de homicídios, que era uma coisa vergonhosa para o país, felizmente caiu bastante. Segundo, é que o crime deixou de ter uma única vítima, que era o comerciante que tinha o dinheiro no caixa. O ladrão passa a roubar todos que estão no restaurante.
E por que não é mais assim?
Antes, a pessoa tinha um relógio velho e o caixa tinha dinheiro. Agora, os caixas passaram a ter um monte de papelzinho de cartão de crédito e débito e os clientes têm bens mais valiosos como tablet, iPhone, celulares. Aí, o criminoso, que não é de Marte, sacou isso e passou a atacar os clientes.
Por que ainda há tantos casos de arrastões?
Porque o criminoso é oportunista. Se eu vou entrar num banco onde tem porta com detector de metais, filmadora, vigilante armado, para levar R$ 20 mil e dividir com 12 camaradas vai valer a pena? Não compensa. Aí o ladrão faz outra equação. Eu vou na manhã de feriado, quando tem poucas pessoas na rua, pouca polícia, tenho a dica de que naquele apartamento tem US$ 500 mil num cofre, sem vigilante armado, muitas pessoas viajaram, pronto, tá feito. Quando você vai entrar num banco e pegar isso?
O sr. está satisfeito com as investigações dos arrastões? Deve fazer mudanças?
Não vou mudar. O trabalho está muito bom. De 70% a 80% dos casos estão resolvidos. O ladrão, hoje, por causa da evolução, está preocupado em se disfarçar. Se fosse tão descrente da investigação, não estaria preocupado.
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