quarta-feira, 3 de abril de 2013

Quatro policiais são demitidos por torturar e matar preso em SP

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), demitiu nesta quarta-feira (03) quatro policiais civis - delegado Paul Henry Bozon Verduraz, os investigadores Ricardo Milanez e Sergio Ferreira Barros Filho,  e o papiloscopista Samir Gushiken -, acusados de torturar e matar o motoboy Alex Sandro Neto de Almeida, dentro de uma delegacia em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, em fevereiro de 2003

Para o advogado dos policiais, Luciano Anderson de Souza, a decisão do governador foi precitada. "Ele [Alckmin] está equivocado. O delegado não faz mais parte do processo criminal e não teria mais porque ser demitido. Ainda não há resposta [sentença] da Justiça. Como é que o governador pode dizer que houve crime se nem a Justiça disse isso ainda?". 

O motoboy foi preso sob suspeita de participar do sequestro de seu patrão, dono de um restaurante em São Bernardo, em 2003. Ele estava preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Santo André, e no dia 14 de fevereiro de 2003, foi chamado para depor na Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes). 

Segundo a defesa dos policiais, Alex Sandro teve um mal súbito na delegacia e morreu. Um laudo do IML (Instituto Médico Legal) indicou, porém, politraumatismos, fratura de uma costela, perfuração do pulmão esquerdo, edema cerebral e outros machucados pelo corpo. O Ministério Público afirmou que Alex Sandro foi torturado até a morte.

A defesa dos policiais pediu anulação do laudo e o corpo do motoboy foi exumado. Segundo o advogado, uma nova perícia indicou que as lesões eram anteriores ao dia da morte de Alex Sandro. "Os policiais deram o azar do motoboy morrer dentro da delegacia", disse o advogado. De acordo com ele, na véspera da morte, o motoboy ligou para sua mulher e disse que estava "jurado de morte" e que estava sendo espancado por outros detentos do CDP. Texto publicado originalmente em 03 de abril de 2013, no jornal Folha de São Paulo, caderno Cotidiano.

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