quarta-feira, 20 de abril de 2011

Promotora é presa pela Polícia Federal sob suspeita de ligação com mensalão

A promotora do Distrito Federal (DF) Deborah Guerner, e o marido, o empresário Jorge Guerner, foram presos pela Polícia Federal (PF) na manhã de hoje (20) na residência do casal, em Brasília, sob suspeita de tráfico de influência na operação Caixa de Pandora de 2009, que investiga esquema de recebimento e distribuição de propina no DF.
O pedido de prisão foi expedido pela Procuradoria Regional da República da 1ª Região. A promotora foi levada para a Superintendência da PF em Brasília e o marido foi encaminhado para a penitenciária da Papuda.
Segundo a PF, a promotora e o marido planejavam fugir para a Itália. Já o advogado do casal, Paulo Sérgio Leite Fernandes, afirmou que as informações de que eles pretendiam deixar o Brasil são falsas, eles regressaram de Milão no dia 15, o que deixa claro que não pretendiam fugir do país. Fernandes desmentiu que a promotora e o marido precisassem obter autorização judicial para a viagem à Itália, e informou que ainda não teve acesso à decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1 ª Região (Brasília) e ao pedido de prisão feito pela procuradoria.
O caso
Deborah Guerner e o ex-chefe do Ministério Público (MP) do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, são suspeitos de passar informações privilegiadas a integrantes do antigo governo do DF e de terem extorquido o ex-governador José Roberto Arruda, acusado de ser o chefe do esquema de corrupção.
Em janeiro do ano passado, Arruda foi preso e perdeu o cargo. Em dezembro, Deborah Guerner e Bandarra foram afastados por 120 dias pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e respondem a processo administrativo no CNMP.
No último dia 12, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, havia negado um pedido de habeas corpus preventivo impetrado pelos advogados do casal em fevereiro último. O ministro considerou que não havia elementos suficientes para concluir que o MP iria pedir a prisão do casal.
No começo do mês, o relator do caso no conselho, Luiz Moreira, pediu a demissão de Deborah Guerner e Leonardo Bandarra por "violação do sigilo profissional com a solicitação e obtenção de recompensa e a exigência de pecúnia". O conselheiro Achiles Siquara pediu vistas do processo, e o julgamento deve ser retomado no dia 17 de maio.
O CNMP não tem poderes para demitir os acusados. O pedido será encaminhado para a Procuradoria-Geral da República, que poderá entrar com ação na Justiça para demiti-los.
Durante a sessão no conselho, Deborah Guerner criticou aos gritos a apuração. "Onde estão os políticos? Cadê a denúncia do mensalão do DEM?", e disse que não havia nada contra ela. "Tudo é baseado na palavra de dois bandidos", gritou.
Os advogados do casal vão recorrer da ordem de prisão.

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