16,2 milhões de brasileiros vivem na linha da miséria
16,2 milhões de brasileiros tem hoje no país uma renda inferior a R$ 70 por mês, valor estabelecido pelo governo como limite da miséria, segundo a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello. Essa é a quantidade de pessoas que, de acordo com a ministra, vive na linha de miséria que será adotada pelo programa de erradicação da pobreza extrema do governo federal, o “Brasil sem Miséria”, anunciado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada.
O programa “Brasil sem Miséria” terá a missão de tirar, em quatro anos, 16,2 milhões de brasileiros da miséria. O economista e coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, Marcelo Neri, havia sugerido o valor de R$ 108 como renda mínima por pessoa.
Para chegar ao número de miseráveis, foram cruzados diferentes dados do último Censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses 16,2 milhões representam cerca de 8,5% da população total brasileira. Os miseráveis estão mais presentes no Nordeste (onde representam 18,1%) e no Norte (16,8%). Essas regiões serão prioritárias no plano. O Sul é a área com menos gente extremamente pobre (cerca de 2,6%).
Para chegar aos R$ 70 por mês, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) usou o critério já adotado pelo programa Bolsa família para definir quem é miserável. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) forneceram os dados e análises para a definição da linha de pobreza.
Segundo Márcio Porchmann, presidente do Ipea, esse índice deverá ser usado para medir a erradicação da pobreza da mesma forma que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é consultado nas análises sobre a inflação.
Dados do IBGE divulgados na semana passada revelam que, em 2010, uma em cada sete famílias brasileiras vivia com renda abaixo de R$ 130, equivalente a 25% do salário mínimo da época (R$ 510).
Os pobres do Bolsa família
O Bolsa família entende como pobres no Brasil quem tem renda per capita menor que R$ 140. Em 2010, o programa oferecia uma bolsa-auxílio que varia entre R$ 22 e R$ 200 a 1,1 milhão de famílias. Cerca de 25% delas perderam o direito aos recursos em fevereiro porque não atualizaram seus cadastros. Em 2011, o ministério calcula que o governo gastará cerca de R$ 13 bilhões para atender a 12,9 milhões de beneficiados.
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