terça-feira, 17 de abril de 2012

Mídia e UFC

Alberto Dines
Muniz Sodré
As lutas de MMA podem ser consideradas esporte ou são encenações de violência para levar grandes audiências à Tv? Este é um bom debate porque nele estão embutidas algumas questões mencionadas na Constituição e que até hoje, 24 anos depois de promulgada, ainda não foram implementadas, sequer reguladas.
Depois que a Rede Globo comprou os direitos de exibição desta modalidade, o resto da mídia foi na onda e lançou-se na conquista das sobras. A luta foi para as primeiras páginas dos jornais, apareceu nas capas de revista, infiltrou-se no mundo das telenovelas e já faz parte da irrealidade dos reality shows.
O MMA não surgiu para satisfazer a necessidade de violência da sociedade brasileira, as fontes de agressividade são múltiplas e inesgotáveis. O que estamos assistindo ao vivo e em cores é a fabricação de uma moda às custas de uma intensa e engenhosa exposição na Tv para produzir grandes receitas. O próprio debate está sendo em parte estimulado a fim de dar mais volume à bola de neve criada pela mídia.
Este Observatório resolveu entrar a sério nesta briga, levado por seu duplo dever de pressionar as autoridades e mobilizar a sociedade para cumprir a Constituição. No seu artigo 220 está dito que cabe ao poder público regular as diversões e espetáculos indicando as faixas etárias adequadas. Também está dito que à pessoa e à família deve ser oferecida a possibilidade de se defender de programações de rádio e TV contrárias aos seus valores éticos e sociais.
Proibir o MMA, como já pediram alguns parlamentares, seria um ato arbitrário e estúpido, valorizaria a estupidez. mas regular a sua exibição na TV é o mínimo que se pode fazer em respeito à nossa Carta Magna.

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