sábado, 23 de junho de 2012

Policial militar é morto a tiros em São Paulo

Mais um policial militar foi morto a tiros na manhã deste sábado (23) em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Segundo a Polícia Militar, o cabo Joaquim Cabral de Carvalho estava fora do horário de serviço e com roupas civis quando foi abordado por criminosos. Ainda de acordo com a polícia, o crime aconteceu na rua Godofredo Osório Novaes, por volta das 6h10.
Carvalho trabalhava na corporação há 28 anos. Ele era casado e tinha quatro filhos, informou a PM. Nenhum suspeito foi preso. Também na madrugada deste sábado, criminosos incendiaram um carro e tentaram jogá-lo em uma base móvel da PM na rua José Bonifácio, no bairro Serraria, em Diadema (Grande SP). O veículo, porém, desviou da rota atingindo outro carro estacionado.
Com a morte do cabo Joaquim Cabral, subiu para seis o número de policiais mortos fora do horário do trabalho, desde o dia 13. Existe a suspeita de que as mortes tenham sido retaliação da facção criminosa PCC contra a operação da Rota (tropa de elite da PM) que matou seis homens no fim de maio, na zona leste de São Paulo. Há, ainda, a suspeita de que a transferência, na semana passada, de um dos chefes do PCC para o presídio de Presidente Bernardes - onde o preso fica 23 horas por dia isolado - também tenha contribuído para os ataques.
Alerta
Polícia Militar de São Paulo entrou em estado de alerta ontem devido aos ataques a bases da corporação e às mortes de PMs registrados nos últimos dias. Policiais do setor administrativo irão reforçar o policiamento nas ruas hoje e amanhã. As folgas de todos os integrantes da tropa foram suspensas.
O comandante-geral Roberval Ferreira França enviou uma carta ontem a todos os PMs determinando "conduta de segurança especial", "que ocorrências policiais sejam atendidas por dois carros" e também "cautela redobrada com a aproximação de carros, motos e pessoas".
Na noite de quinta, o soldado Paulo César Lopes Carvalho foi baleado na cabeça dentro de um mercado no Capão Redondo (zona sul); na madrugada de ontem, o soldado Osmar Santos Ferreira foi atacado quando ia de moto para o trabalho. As outras mortes suspeitas de retaliação ocorreram em 13 de junho, quando Valdir Inocêncio dos Santos, de 39 anos, foi morto com 20 tiros na porta de sua casa em Guaianases (zona leste); 17 de junho, quando também na porta de casa, foi morto Domingos Antônio Aparecido Siqueira, de 43 anos; e no dia 20, quando Vaner Dias, de 44 anos, foi morto dentro de uma academia, onde dava aulas.
Investigações da Corregedoria da PM e do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) da Polícia Civil, apuram se as cinco mortes têm ligação.
Texto publicado originalmente em 23 de junho de 2012, no jornal Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano.

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