sexta-feira, 17 de maio de 2013

Filme do diretor de "A Separação" é aplaudido em Cannes

Rodrigo Salem 

Um dos filmes mais esperados da competição oficial de Cannes, "Le Passé" ("O Passado"), do iraniano Asghar Farhadi, agradou quem esperava uma espécie de drama familiar no estilo de "A Separação", seu aclamado longa anterior. O filme foi recebido com aplausos da imprensa e do público nas sessões desta sexta-feira (17). 
O diretor, que teve permissão do governo do Irã para exibir seu longa na França, onde filmou pela primeira vez, mostrou que não precisa desnudar detalhes íntimos da cultura de seu país, o grande atrativo de "A Separação", para construir um drama mais universal e satisfatório. 
"Le Passé" segue Ahmad, um iraniano (Ali Mosaffa) que retorna para Paris, após quatro anos em Teerã, para assinar os papeis do divórcio da mulher (Bérénice Bejo, de "O Artista"), que já mora com um namorado (Tahar Rahim, de "O Profeta") e seus três filhos (dois dela, do primeiro casamento, e um dele, de sua mulher, em coma). 
O tumulto emocional é disparado pela presença de Ahmad, que desconhecia (ou evitava) o grau de seriedade do relacionamento da ex-mulher. Mas não da maneira que estamos acostumados a ver em dramalhões hollywoodianos. O iraniano não está lá para criar caso e é o mais consciente de todos sobre o fim da relação e o passo que todos precisam dar para o futuro. 

Inconscientemente, todos os outros personagens estão atados ao passado, alguns com segredos que levam o filme a ter diversas reviravoltas. Texto publicado originalmente em 17 de maio de 2013, no jornal Folha de São Paulo, caderno Ilustrada.

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