Camisinha e pistola
No livro "O gosto da guerra", do jornalista José Hamilton Ribeiro, um correspondente no Vietnã, há um trecho que diz: "Todo soldado e todo jornalista deveriam sair de seus abrigos rumo aos perigos da selva, impreterivelmente, portando dois ítens. Uma camisinha e uma pistola. Pensamos, esses dois objetos seriam para fins sexuais e para matar o inimigo. Algo normal numa guerra, não é? Não, a arma não é para apontar para os outros, e sim para tirar a própria vida no caso de ser capturado pelo inimigo. O suicídio parecia uma saída mais digna do que sofrer torturas nas mãos dos vietcongues. E o preservativo? Nada de sexo. Era para levar cigarros, fósforos e documentos nos bolsos sem deixá-los molhar nos pântanos e nas chuvas. Protegidos pelo látex, ficavam intactos".
José Hamilton tinha 30 anos quando cobriu a guerra do Vietnã, pela revista Realidade, e perdeu uma perna numa mina terrestre. Como correspondente, ele ficou no Vietnã por volta de 40 dias e depois mais três meses nos Estados Unidos, se recuperando.
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