Seca na Bahia já deixa um milhão de bois mortos
Luciana Rebouças e Renato Alban
Um rebanho dizimado por falta de água e de pasto. O número de bois mortos por causa da seca no Semiárido baiano che-gou a um milhão, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb). A estimativa é que o rabanho perdido nos últimos três anos - cerca de um terço do original, de três milhões de bovinos - causou um prejuízo aos produtores baianos de R$ 800 milhões, considerando o custo por cabeça de gado de R$ 800.
A criação de caprinos também está sofrendo e a agricultura está destruída. A longa estiagem no Semiárido baiano aumen-tou o preço de alimentos básicos em toda a Bahia. A previsão é que a estiagem continue, pelo menos, até novembro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
"Chegamos ao ápice da seca. O produtor de bovinos não tem mais reservas de alimento e não existe mais comércio, porque ninguém quer o gado seco", diz Humberto Miranda, vice-presidente da Faeb e presidente do Sindicato Rural de Miguel Calmon. "A região tá acabada. O capim morreu todo. A situação é a pior possível. Não tem comida e pastos para os animais. A gente não vê saída", lamenta Daniel Ramos, produtor em Miguel Calmon, que perdeu 35% do rebanho e 60% da produção de leite.
Há um consenso de que esta é a pior seca dos últimos 80 anos. O fenômeno já dura dois anos e enfrentará agora a terceira temporada sem chuvas. O presidente da Faeb, João Martins, estima mais cinco meses de completa miséria. "Chegamos ao pior momento dessa longa estiagem. Os produtores estão desesperados". Leia aqui a íntegra do texto, publicado em 28 de abril de 2013, no jornal Correio da Bahia, caderno Mais, págs. 24 e 25.
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