terça-feira, 28 de maio de 2013

STF tira do ar dados sobre gastos com mulheres de ministros

O site oficial do STF (Supremo Tribunal Federal) retirou do ar as informações referentes aos gastos da corte com passagens aéreas. A medida foi tomada após a descoberta, pelo jornal O Estado de São Paulo, de que o Supremo gastou R$ 608 mil com viagens das mulheres dos ministros do STF que acompanhavam os maridos entre 2009 e 2012.
Os dados estavam disponibilizados neste link. De acordo com o Supremo, as informações foram retiradas temporariamente do portal "devido a inconsistências encontradas nos dados anteriormente divulgados".
Quem acessou os dados descobriu que, dos R$ 608 mil gastos com as mulheres dos ministros, R$ 437 mil custearam viagens de Guiomar Feitosa de Albuquerque Ferreira Mendes, mulher do ministro Gilmar Mendes. Entre 2009 e 2011, ela acompanhou o marido 20 vezes ao exterior, gasto médio de quase 22 mil reais por viagem.
O ato interno citado pelo STF como fundamento legal para o gasto com as passagens também respalda que elas sejam de primeira classe. Auditor-fiscal, o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) acredita que um ato interno não serve como justificativa. 

Por isso, reforçou a Carta Capital que, na próxima terça-feira (04), encaminhará representações ao TCU (Tribunal de Contas da União), ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e à PGR (Procuradoria Geral da República) com pedidos de investigações sobre o assunto e cobrem a eventual devolução do dinheiro.
"Em vez de tomar providências, o Supremo, que é o órgão de controle de todos os órgãos, pura e simplesmente tira as informações do ar diante de um ato questionável", disse o deputado. Para Teixeira, a retirada das informações apenas reforça a ideia de que o Judiciário tem dificuldade em prestar contas de seus gastos à sociedade.
Ele disse que os dados sobre as viagens estão salvas em um arquivo e serão anexadas nas representações. Segundo o STF, "as informações serão novamente disponibilizadas assim que revisadas". Colaborou com esta reportagem André Barrocal. Texto publicado originalmente em 28 de maio de 2013, no site da revista Carta Capital.

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