quarta-feira, 9 de março de 2011

Polícia da Aeronáutica atua no Carnaval da Bahia

Fotos Dalva Santos
No circuito Dodô (Barra-Ondina), que concentra o maior número de foliões no Carnaval da Bahia, havia oficiais da Polícia da Aeronáutica (PA) trabalhando para a tranquilidade do evento. Composta por policiais de elite, a PA mostrou a sua competência para lidar com a população em eventos como este, em que multidões dominam as ruas.
Nesta Quarta-Feira de Cinzas (09), durante o encerramento da programação oficial do circuito do Carnaval, o tradicional "arrastão", um grupo de turistas dirigiu-se a um dos oficiais para obter informações sobre o trajeto de volta para o hotel, e o atendimento foi facilitado por um deles, que, além de orientar, acompanhou o grupo até o local mais próximo. As fotos foram tiradas na região central do circuito, antes do "arrastão", comandado por Carlinhos Brown, Luiz Caldas, Timbalada Ivete Sangalo, e do frevo pernambucano - o Galo da madrugada.

O seu, o meu, o nosso Xerife e o nosso secretário

Fotos Dalva Santos

"O Carnaval não combina com briga, combina com beijo", declarou o governador da Bahia, Jaques Wagner. E eu digo que o Carnaval combina mesmo é com gente bonita cuidando da nossa segurança.

Para fechar com chave de ouro a folia baiana, a cúpula da Segurança Pública do Estado da Bahia - o secretário Maurício Teles Barbosa, e o delegado-geral Hélio Jorge Paixão estavam em Ondina para acompanhar, nesta Quarta-feira de Cinzas (09), o encerramento da programação oficial do circuito Barra-Ondina do Carnaval. Carlinhos Brown, Luiz Caldas, a Timbalada e Ivete Sangalo comandaram o tradicional "arrastão", última apresentação da festa, que teve também participação pernambucana: o frevo do bloco Galo da madrugada.

Um homem e seu sobrinho foram encontrados mortos na ilha de Itaparica

Adilton Ribeiro Moreira, de 24 anos, e seu sobrinho, Patrício Ribeiro Santos, de 23 anos, foram encontrados mortos a tiros nesta quarta-feira (09) em uma igreja em ruínas na região do Baiacú, na ilha de Itaparica. De acordo com a 24ª Delegacia de Polícia (Vera Cruz), que investiga o duplo homicídio, as vítimas não possuíam antecedentes criminais e não há suspeitas da autoria e motivação dos crimes.
Adailton e Patrício estavam em casa, na praia de Barra do Pote, em Itaparica, quando quatro homens se apresentaram como policiais e levaram os rapazes em um carro de cor prata, supostamente para a delegacia de Vera Cruz. Os parentes das vítimas foram à delegacia para saber o que estava acontecendo, mas ninguém soube informar.
No início da manhã uma das irmãs de Patrício recebeu uma ligação anônima na qual dizia que os dois corpos estavam na igreja. O irmão de Adilton foi ao local e encontrou as vítimas mortas, com as mãos amarradas e cerca de dez marcas de tiros. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Santo Antônio de Jesus.

Paciente é preso sob suspeita de matar motorista de ambulância

Um jovem de 18 anos foi preso pela Polícia Militar na madrugada de segunda-feira (07) em Monte Alegre do Sul (130 km de São Paulo) sob a suspeita de matar com um chute o motorista da ambulância que o levava para um hospital de uma cidade vizinha.
De acordo com Polícia Civil, o rapaz se envolveu em uma briga na festa de Carnaval de Monte Alegre do Sul e precisava de socorro médico. Ele tinha sinais de embriaguez e passava mal quando era levado na ambulância para a Santa Casa da cidade de Amparo. No caminho, o jovem quebrou um vidro do veículo com um chute e tentou fugir, ainda segundo a polícia. O motorista, Adécio Pompeu Carvalho, de 51 anos, estacionou a ambulância para ajudar o socorrista a conter o rapaz, mas acabou sendo atingido por um chute dele, caiu, bateu a cabeça e sofreu traumatismo craniano. O motorista morreu enquanto era levado à Santa Casa de Amparo. Ele trabalhava havia sete anos na Prefeitura de Monte Alegre do Sul, era casado e tinha dois filhos.
O jovem acusado pelo crime foi indiciado pela Polícia Civil por homicídio doloso (quando há intenção de matar), resistência à prisão e desobediência à autoridade policial. Ele está preso na cadeia pública de Serra Negra, cidade vizinha a Monte Alegre do Sul, e será levado para um Centro de Detença Provisória (CDP).
Após a morte do motorista, a prefeitura de Monte Alegre do Sul cancelou o restante do Carnaval de rua no município, que tem 7.148 habitantes. Ontem estava programada a apresentação de um bloco carnavalesco e de uma banda.

SP: Delegacia sem delegado

A ausência de titulares em um terço dos municípios do Estado de São Paulo contribui para a notória má qualidade do inquérito policial. A visita à maioria dos distritos policiais deixa evidente que são repartições pouco propícias para a investigação criminal. Mais que atividades de inteligência, impera ali a burocracia do inquérito, em que a função policial se confunde com a produção de documentos escritos. Sobre a floresta de papéis reina um bacharel em direito, o delegado - quando está presente.
Um terço das cidades paulistas - 206 de 645 municípios - carece de delegados titulares. Isso quer dizer que essas delegacias ficam acéfalas na maior parte dos dias, recebendo visitas do responsável final pelos inquéritos duas vezes por semana, se tanto. Ao acumular a supervisão de várias delas, o delegado dificilmente se familiarizará o bastante com as peças em andamento. Notoriamente deficientes, mesmo quando feitos em delegacias bem dotadas de pessoal e recursos, os inquéritos se tornam ainda mais morosos e falhos. É o princípio de uma longa cadeia de impunidade.
Para que crimes cheguem a ser julgados e seus perpetradores, condenados, um inquérito precisa ser acatado como completo e competente pelo Ministério Público, que oferece denúncia à Justiça. Não há boas estatísticas nacionais sobre tal medida de eficiência do trabalho policial no Brasil. Estudo concluído em 2009 sob a coordenação do sociólogo Michel Misse, no entanto, revelou situação acabrunhante nas capitais de cinco Estados (DF, MG, PE, RJ e RS).
O levantamento mostrou que 92,5% dos homicídios dolosos resultam em inquéritos enviados ao Ministério Público até quatro anos após a ocorrência. Meros 4% deles se tornam denúncias, vale dizer, o início de ação penal. A maioria (82%) é devolvida ao delegado para novas diligências, iniciando o vaivém pejorativamente conhecido como "pingue-pongue".
Decerto a ausência de delegados titulares não constitui a causa principal de tamanha ineficácia, mas tampouco parece propícia à produção de inquéritos robustos. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo defende que o acúmulo de funções não é prejudicial.
As cidades desguarnecidas têm população aquém de 100 mil habitantes e índices baixos de criminalidade. Nessas condições, o delegado poderia supervisionar o trabalho de investigadores à distância. No ano passado 131 daqueles 206 municípios tiveram aumento de pelo menos um tipo de crime (homicídio, roubo e furto) na comparação com 2009.
É concebível que algumas localidades prescindam da presença de um delegado em período integral. Nesses casos, contudo, faria mais sentido fechar os postos desnecessários. Há no presente nove concursos em andamento no Estado para 6.376 vagas de policiais militares e civis - nenhum deles destinado a preencher as cadeiras vacantes de delegados. Texto publicado originalmente em 08 de março de 2011, no jornal Folha de São Paulo, caderno Opinião, Editoriais.