sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Termina rebelião em presídio de Feira de Santana

Terminou às 9h30 desta sexta-feira (23) a rebelião de detentos rebelados do Complexo Policial Investigador Bandeira, em Feira de Santana (a 108 km de Salvador). O motim havia começado por volta das 9h e não houve reivindicações.
O complexo policial tem capacidade para 50 custodiados, mas abriga 138 internos. 60 presos de uma lista elaborada pela direção da unidade devem ser transferidos nesta sexta-feira - 30 para o presídio da cidade, outros 20 para o presídio de Serrinha e dez para o de Esplanada, segundo funcionários da unidade.
De acordo com agentes do presídio, um detento usou uma faca para render o coordenador da carceragem, investigador Marivaldo Novaes, e outros internos. Os presos colocaram fogo em colchões, travesseiros e lençóis amontoados na entrada da carceragem.
O motim terminou com a entrada de policiais na unidade. Eles atiraram para o alto e uma das balas atingiu o investigador Novaes no quadril. Ele foi socorrido no Hospital Emec, em Feira de Santana, e passa bem. Um dos presos, identificado como Edmilson, teve queimaduras provocadas pelo fogo ateado na carceragem. Ele foi socorrido no Hospital Geral Clériston Andrade, em Feira de Santana, e transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador.

Júri condena homem a 105 anos por chacina em Feira de Santana

O operário Gilberto da Silva Gonçalves, conhecido como Juninho, de 23 anos, foi condenado por júri popular nesta quinta-feira (22), em Feira de Santana (a 107 km de Salvador). a 105 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Feira de Santana (a 107 km de Salvador) nesta quinta-feira (22). Ele foi acusado de participar de uma chacina que resultou na morte de cinco pessoas no Natal de 2008, em Feira de Santana.
A pena atribuíada a Gilberto corresponde a 21 anos por cada uma das vítimas. Pela legislação brasileira (conforme previsto no artigo 75 do Código Penal), o réu pode cumprir, no máximo, 30 anos de prisão.
Segundo a denúncia apresentada à Justiça, Gilberto teve ajuda de Heitor Matias da Silva, conhecido como Cabeleira, e Edvaldo Santos Barreto, o Buiú. Eles estão presos no Conjunto Penal de Feira de Santana e também serão julgados pelo Tribunal do Júri, mas o julgamento ainda não tem data prevista.
Segundo o delegado Madson Sampaio, da 2ª Delegacia de Polícia, Gilberto se entregou vinte dias após o crime e confessou que ateou fogo nas vítimas por causa de uma dívida de R$ 950 reais que uma delas tinha com ele.
O crime
A chacina ocorreu por volta das 17h do dia 25 de dezembro de 2008, em um matagal no loteamento Luma Torres, em uma região conhecida como Pau de Légua, no bairro Novo Horizonte. O caso ficou conhecido na Bahia como "a chacina do Natal".
Todas as vítimas foram queimadas vivas. Jandaíra Anunciação Barbosa, de 40 anos; o esposo dela, Gabriel Nascimento dos Santos, de 34 anos; a filha do casal, Jéssica Silva Saturnino, de 16 anos; o irmão dela, Gideon Silva Saturnino, de 19 anos, e Josilene Barros da Silva, de 23 anos. A família de Jandaíra estava na residência dela, no bairro Galiléia, e Josilene estava apenas de visita, quando foram surpreendidos por três homens e levados até o local do crime, onde foram amarrados e queimados. Com os corpos em chamas, eles foram socorridas no Hospital Geral Clériston Andrade, mas não resistiram aos ferimentos.
Jéssica morreu um dia após o crime, na manhã do dia 26 de dezembro. Jandaíra e Gabriel morreram no dia 27 de dezembro. Gideon e Josilene morreram na madrugada do dia 28 de dezembro.
O julgamento
Presídido pelo juiz Gustavo Rúbens Hungria, titular da Vara de Execuções Penais de Feira de Santana, o julgamento foi realizado no salão do júri do Fórum Desembargador Filinto Bastos, e durou cerca de nove horas - começou por volta das 8h e terminou às 17h. O promotor Cláudio Genner Bezerra representou o Ministério Público, e a defesa ficou a cargo do criminalista Abdon Abbade. Pelo menos cem pessoas acompanharam o julgamento.
O réu foi condenado a cumprir a pena em regime fechado por "homicídios triplamente qualificados por motivo torpe" (que impossibilitam a defesa da vítima). Abbade disse que "a intenção de Gilberto não era matar as vítimas, mas apenas dar um susto", e por isso ele considerou a pena excessiva. Abbade informou que pretende recorrer da sentença. "Vou conversar com meu cliente, como é da minha linha de trabalho, deverei sim recorrer", disse.
Gilberto foi encaminhado de volta ao Conjunto Penal de Feira de Santana.