terça-feira, 12 de junho de 2012

Suspeito de matar jornalista Décio Sá é assassinado no Maranhão

Valdênio José da Silva, de 38 anos, um dos suspeitos de envolvimento na morte do jornalista Décio Sá, assassinado em 23 de abril em São Luís (MA), foi morto a tiros na madrugada desta segunda-feira (11), em sua casa, na cidade de Raposa, em São Luís, segundo a polícia.
Ainda segundo a polícia, Valdênio foi atingido com cinco tiros e morreu no local. O autor dos disparos ainda não foi identificado. Dois após morte do jornalista, Valdênio foi preso e solto 30 dias depois, por falta de provas.

Policial militar é assaltado e agredido em São Gonçalo do Retiro

Seis homens armados e vestidos com coletes refletivos assaltaram e agrediram o soldado da Polícia Militar Antônio dos Reis Santos, de 39 anos, na noite desta terça-feira (12), na Baixinha de Santo Antônio, em São Gonçalo do Retiro.
O policial saía para trabalhar, sem farda, quando foi abordado pelos bandidos, por volta das 21h. Ele trabalha na 58ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cosme de Farias). De acordo com a 23ª CIPM (Tancredo Neves), a vítima levou chutes e socos.
O PM foi socorrido por moradores para o Hospital Roberto Santos, onde permanece internado. Os criminosos fugiram a pé, levando uma mochila e a farda do policial.

Operação da Polícia Civil apreende 300 pedras de crack e prende um suspeito em Salvador

Uma operação da Polícia Civil da Bahia realizada nesta terça-feira (12) prendeu um suspeito de tráfico de drogas e apreendeu 300 pedras de crack, 200 gramas de pasta base de cocaína e 87 papelotes da droga na Gamboa de Baixo, em Salvador.
De acordo com o Denarc (Departamento de Narcóticos), Renilton Gomes Mendes foi preso em flagrante, e a droga estava em sua mochila.

Delegado-geral de SP diz estar satisfeito com as investigações dos arrastões na cidade

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, divulgada hoje, o chefe da Polícia Civil paulista, Marcos Carneiro Lima, diz estar satisfeito com as investigações sobre arrastões na cidade.
Folha - Como o senhor vê a onda de arrastões a condomínios e restaurantes em São Paulo?
Marcos Carneiro Lima - Essa é nossa luta constante. Há um espaço maior na mídia para esse assunto arrastão por dois motivos. O primeiro é que o número de homicídios, que era uma coisa vergonhosa para o país, felizmente caiu bastante. Segundo, é que o crime deixou de ter uma única vítima, que era o comerciante que tinha o dinheiro no caixa. O ladrão passa a roubar todos que estão no restaurante.
E por que não é mais assim?
Antes, a pessoa tinha um relógio velho e o caixa tinha dinheiro. Agora, os caixas passaram a ter um monte de papelzinho de cartão de crédito e débito e os clientes têm bens mais valiosos como tablet, iPhone, celulares. Aí, o criminoso, que não é de Marte, sacou isso e passou a atacar os clientes.
Por que ainda há tantos casos de arrastões?
Porque o criminoso é oportunista. Se eu vou entrar num banco onde tem porta com detector de metais, filmadora, vigilante armado, para levar R$ 20 mil e dividir com 12 camaradas vai valer a pena? Não compensa. Aí o ladrão faz outra equação. Eu vou na manhã de feriado, quando tem poucas pessoas na rua, pouca polícia, tenho a dica de que naquele apartamento tem US$ 500 mil num cofre, sem vigilante armado, muitas pessoas viajaram, pronto, tá feito. Quando você vai entrar num banco e pegar isso?
O sr. está satisfeito com as investigações dos arrastões? Deve fazer mudanças?
Não vou mudar. O trabalho está muito bom. De 70% a 80% dos casos estão resolvidos. O ladrão, hoje, por causa da evolução, está preocupado em se disfarçar. Se fosse tão descrente da investigação, não estaria preocupado.

Júri popular: Acusado de matar a noiva no Dia dos Namorados vai a júri popular em Salvador

A Justiça da Bahia levará a júri popular os irmãos Dheferson Moreno Santos da Luz, de 30 anos, e Cristiano Santos Machado, de 29 anos, nesta quinta-feira (14), acusados de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.
No dia 12 de junho de 2005, Dia dos Namorados, Ana Paula Freitas de Souza, de 24 anos, que era noiva de Dheferson, foi assassinada em Salvador. O corpo da vítima foi encontrado em uma vala nas proximidades do Moinho Dias Branco, em São Tomé de Paripe.
O julgamento será às 8h30, no salão da 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da Bahia, no Fórum Ruy Barbosa, e será presidido pelo juiz Vilebaldo de Freitas Pereira. A acusação será representada pelo promotor de Justiça Davi Gallo Barouh e pelo assistente, José Eduardo Trocoli Torres Pereira. A defesa ficará a cargo do advogado Fabiano Pimentel.
De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP) estadual, os réus e uma adolescente amarraram Ana Paula e tentaram asfixiá-la. Inconsciente, a jovem foi amarrada com uma corda ao para-choque de um carro dirigido por Cristiano e foi arrastada cerca de vinte minutos. Quando percebeu que Ana Paula ainda respirava, Dheferson e Cristiano colocaram um saco plástico na cabeça da vítima, e deram vários golpes em seu rosto até matá-la.
Segundo o promotor Davi Gallo, três meses antes do crime Dheferson persuadiu a vítima a beneficiá-lo com cartões de crédito e fazer um seguro de vida no valor de R$ 480 mil, sendo ele o único dependente. Dois meses após a morte de Ana Paula, Dheferson deu entrada na seguradora Bradesco para receber o dinheiro, mas a polícia descobriu a tempo.
Durante dois anos, Dheferson e Cristiano negaram a autoria do crime. Em 2007, eles confessaram que mataram Ana Paula, segundo a polícia, e ficaram presos durante quatro anos.
O promotor informou que vai pedir que os réus sejam condenados a 25 anos, no mínimo.

Professores da rede estadual da Bahia decidem manter greve iniciada há 63 dias

Os professores da rede estadual da Bahia decidiram, em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (12), continuar a greve iniciada no dia 11 de abril, já que não houve acordo entre a categoria e o Governo do Estado. Eles reivindicam o pagamento do aumento de 22,22% para os professores de todos os níveis, bem como aposentados e probatórios (profissionais que exercem provisoriamente cargo ou função).
O acessor de imprensa da APLB (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia), Nidaldino Felix, informou que os professores não vão encerrarar a greve até que as reivindicações sejam atendidas. Segundo Marilene Betros, coordenadora da APLB, a categoria pede que os 22,22% sejam repassados durante este ano, mas o Governo quer repassar o valor em parcelas até o próximo ano.
Uma nova assembleia para avaliar a paralisação dos professores será realizada na próxima terça-feira (19), segundo representantes do sindicato.

SP: Deficiente físico denuncia juíza por audiência na rua

Juliana Coisside
Um deficiente físico de Monte Alto (a 356 km de SP) fez uma denúncia ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em que acusa a juíza Renata Carolina Nicodemos Andrade de se negar a realizar audiência em local com acessibilidade - ele acabou prestando depoimento na calçada em frente ao Fórum.
O professor aposentado da Unesp de Jaboticabal, Orivaldo Tenório de Vasconcelos diz que a juíza recusou pedido para que a audiência fosse no prédio dos Juizados Especiais, onde há rampa. Ele afirma que houve constrangimento durante o depoimento na rua - como havia muitos policiais, crianças caçoaram que ele seria preso. O pedido para que a audiência fosse em outro local foi negado sob o argumento de que Vasconcelos, por participar até de congressos fora do país, está apto a ir ao Fórum.
A assessoria do CNJ confirmou que a denúncia foi recebida e que está sob análise. O caso foi em abril, quando Vasconcelos, que não tem uma perna, foi testemunha em um processo contra a concessionária Tebe sobre falta de sinalização nas estradas. A juíza, em nota, negou constrangimento e disse que o cadeirante se recusou a ser carregado por quatro degraus até o local da audiência.
O docente afirma ter avisado que, por recomendação médica, não pode ser carregado, sob risco de lesar a única perna. A juíza diz não se lembrar se houve o suposto aviso. A Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência disse lamentar que servidores "ajam da maneira descrita".
Texto publicado originalmente em 12 de junho de 2012, no jornal Folha de São Paulo, no Caderno Cotidiano.

Solidariedade "macabra" dos programas populares de TV

Henrique Mendes
Pratos recheados de assistencialismo, dramaticidade, hilaridade e musicalidade compõem o cardápio do almoço na TV baiana. Com ingredientes que perpassam a solidariedade, o ideal de justiça e a espetacularização da notícia, os programas de pretensões populares - que alguns chamariam de popularescos - têm dominado a televisão da Bahia, sob o louvor de um público grandioso e a incredulidade de profissionais que atuam nas universidades de jornalismo e variadas especialidades do Direito.
Desde que esses programas começaram a ganhar força no Estado, principalmente com a estreia do Programa Na Mira (TV Aratu, afiliada do SBT), em 2008, discussões sobre os limites das abordagens jornalísticas e reiterações dos principios que regem os Direitos Humanos passaram a ser confrontados.
Hoje, com três programas apenas no horário do almoço (Se Liga Bocão, na Record Bahia; Brasil Urgente, na Band Bahia; e Na Mira, na TV Aratu), tais discussões saem das telas de TV, das universidades e dos reguladores judiciais, alcançando as ruas. Quais são os constrangimentos causados pela violência e pela morte? Qual o poder e dever do jornalismo? Qual a real obrigação do Estado?
Ruas - A dona de casa Rosimeire Barbosa Santos, 45 anos, moradora do bairro de Jardim Cruzeiro (Cidade Baixa), costuma ligar sua TV na hora do almoço e assistir ao programa "Se Liga Bocão". Entre um intervalo e outro gosta de dar uma espiada no Bahia Meio Dia, na emissora afiliada da Rede Globo. "Sinto que Bocão tem uma tendência policial, indo fundo nos problemas passados nos bairros. O outro tem uma tendência mais social. Meu controle (remoto) passeia pelos dois canais", relata sua experiência televisiva.
De forma crítica, a dona de casa avalia que há exageros na forma com a notícia é exposta e apresentada nos programas da Record Bahia, considerando exagerada a forma como repórteres abordam os presos, mesmo desconhecendo as participações dos suspeitos nos crimes.
Em contrapartida, também pontua que é por meio desta programação que os moradores de bairros mais pobres se identificam. "Infelizmente, já vi vários conhecidos sendo presos nestes programas. É por meio deles que a realidade destes bairros pode ser observada", relata.
Também posicionando-se como telespectadora dos programas populares, a trabalhadora doméstica Alda Stella Rocha da Silva, 47, moradora do Vale das Pedrinhas, procurou a Record Bahia e TV Aratu, com a esperança de encontrar o pai, sumido desde o dia 30 de maio. "Minha procura segue por todos os cantos da cidade. Esses programas são a minha esperança", desabafa.
Telas - Os relatos das ruas inspiram Pablo Reis, diretor do programa Na Mira. "Fazemos diagnósticos diários sobre os contéudos apresentados e, a partir disto, apresentamos pautas contundentes. Mais do que com situações, trabalhamos com temas", explica.
Também formado em jornalismo, o diretor de TV não nega que o programa já tenha cometido erros, principalmente em sua gênese. "Por termos sido o primeiro a destacar a segurança pública como tema central, acabamos nos ajustando com a experiência. Por exemplo, se alguém era preso por suspeita de roubo, dizia-se que era ladrão. Hoje temos maior segurança ao tratar destes assuntos", acrescenta.
Pablo revela que o programa já assinou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), por meio de exigências do Ministério Público (MP), e está mais consciente do seu papel, respeitando inclusive quando o suspeito de um crime não quer aparecer. "Mas, há uma coisa que sempre digo ao repórteres: Do mesmo jeito que os direitos de quem é entrevistado deve ser respeitado, o do jornalista não deve ser esquecido. Eu acho que não podemos nos censurar de perguntar", argumenta.
Em meio à entrevista a pergunta: Se o problema da segurança pública afeta a todos - independente de classe social - por que os personagens centrais das histórias contadas são sempre pobres e moradores da periferia? Será que é porque esse público desconhece os direitos de permanecerem calados?
Contundente, o diretor afirma: "Não posso falar por outras emissoras, mas quanto ao nosso trabalho afirmo que do Corredor da Vitória à Periperi, todos são tratados da mesma forma. Quem afirma o contrário, critica pelo que ouve falar, não pelo que é exibido", conclui.
Misérias - Os profissionais que pesquisam este tipo de programação - tanto nas universidades, como nas associações de defesa dos Direitos Humanos - não só discordam do diretor de TV, Pablo Reis, como cobram da Justiça ações efetivas de combate a exploração da miséria humana nos programas baianos.
Segundo o jornalista Pedro Caribé, diretor nacional do Intervozes (associação civil sem fins lucrativos) e integrante do Conselho Estadual de Comunicação, os direitos inviduais estão acima da liberdade de expressão. "Não consigo ver uma função social. O público acaba gostando destes programas porque são meios por onde se veem na sociedade do espetáculo. Eles nunca aparecem como fontes técnicas, só como protagonistas de tragédias", considera.
Para o ativista, o discurso de que tais programas combatem a violência não é verdadeiro. "Do ponto de vista da análise do discurso, eles incitam comportamentos violentos ao mostrar a ideia de um "sistema bruto", onde o que importa entre o céu e a terra é o "na mira estar entre eles", compara os jargões.
Outra fantasia apresentada por esses programas, segundo Caribé, é de que estão mostrando a verdade, nua e crua. "A verdade é e pode ser construída de diversas formas. Pelo que veiculam, a vida das pessoas pouco importa, a não ser a audiência", completa.
Macabro - Conforme o diretor da Faculdade de Comunicação da Bahia (Facom) e coordenador do Centro de Estudos em Análise do Discurso e Mídia (Cepad), Giovandro Ferreira, pode-se dizer que estes programas fazem jornalismo quando se leva em conta que reportam as novas do dia (por isso a função do repórter), comumente relacionados a casos de segurança. "Entretanto, uma coisa é informar e outra coisa são as notícias que são divulgadas e o deserviço que prestam", pondera.
Além disso, o pesquisador pontua que o ser humano se interessa pela morte, motivo que centraliza a audiência desta programação, como também se interessa pela origem da vida e pela vida após a morte. "O problema não é abordar estes assuntos, mas sim a forma como se aborda", salienta.
Para Giovandro, as delegacias tornaram-se locais de espetáculo midiático. "Há uma convergência de erros em torno dessa aberração vista: a omissão dos poderes públicos e empresas privadas (financiadores)", avalia.
Assim como o diretor da Facom, o jornalista Caribé acredita que há uma total inoperância da Justiça na avaliação destes programas, já que as imagens são feitas, em grande maioria, nas próprias delegacias. Para ele, as portarias que acabam controlando o acesso da imprensa nestes espaços, permitem que os delegados avaliem se vale ou não que os presos sejam expostos na imprensa. "Eles nunca entrevistariam um "rico" sem a intermediação de advogado. Do outro lado, os programas incitam que os pobres, suspeitos de crimes, criem provas contra si mesmo", argumenta.
Diante de tantos "palpites" - das ruas, das telas e das universidades - faltou o argumento do Ministério Publico do Estado sobre o assunto. Procurada pela equipe de A Tarde, a assessoria da unidade não emitiu um parecer sobre o assunto até o fechamento desta matéria.
Texto publicado originalmente em 12 de junho de 2012, no jornal A Tarde, no Caderno Cultura.

"Hoje, os corruptos sabem da chance de serem identificados, falta a certeza de punição", diz Jorge Hage

Para que o combate à corrupção seja mais concreto é preciso aumentar a probabilidade de punição
Em entrevista no programa Roda Viva (TV Cultura), que foi ao ar ontem às 22h, o ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da União), Jorge Hage falou sobre o combate à corrupção no Brasil, a Lei de Acesso à Informação, que foi sancionada no fim do ano passado, com o objetivo de garantir aos cidadãos brasileiros acesso aos dados oficiais do Governo.
Jorge Hage informou que no final do mês de junho os dados já estarão disponíveis para consulta no portal. Ele já revela números: "Acredito que a Lei de Acesso já pegou. São nove mil pedidos, sendo mais de 60% respondidos, em menos de um mês."
O ministro faz questão de dizer que é a favor da transparência total no serviço público para evitar prevaricação. "Não há vacina melhor contra a corrupção do que a visibilidade total". E para provar o que diz, o ministro levou o seu holerite para comprovar a sua remuneração. "Ganho pouco mais de R$ 4 mil para ser ministro". No comprovante, o total líquido é de R$ 4.091. Ele completa que essa não a sua única renda e que recebe uma aposentadoria de magistrado no total de R$ 22 mil. "Graças a Deus, trabalhei a vida toda para isso", diz.
Assistam ao vídeo aqui