terça-feira, 3 de maio de 2011

16,2 milhões de brasileiros vivem na linha da miséria

16,2 milhões de brasileiros tem hoje no país uma renda inferior a R$ 70 por mês, valor estabelecido pelo governo como limite da miséria, segundo a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello. Essa é a quantidade de pessoas que, de acordo com a ministra, vive na linha de miséria que será adotada pelo programa de erradicação da pobreza extrema do governo federal, o “Brasil sem Miséria”, anunciado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada.
O programa “Brasil sem Miséria” terá a missão de tirar, em quatro anos, 16,2 milhões de brasileiros da miséria. O economista e coordenador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, Marcelo Neri, havia sugerido o valor de R$ 108 como renda mínima por pessoa.
Para chegar ao número de miseráveis, foram cruzados diferentes dados do último Censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses 16,2 milhões representam cerca de 8,5% da população total brasileira. Os miseráveis estão mais presentes no Nordeste (onde representam 18,1%) e no Norte (16,8%). Essas regiões serão prioritárias no plano. O Sul é a área com menos gente extremamente pobre (cerca de 2,6%).
Para chegar aos R$ 70 por mês, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) usou o critério já adotado pelo programa Bolsa família para definir quem é miserável. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) forneceram os dados e análises para a definição da linha de pobreza.
Segundo Márcio Porchmann, presidente do Ipea, esse índice deverá ser usado para medir a erradicação da pobreza da mesma forma que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é consultado nas análises sobre a inflação.
Dados do IBGE divulgados na semana passada revelam que, em 2010, uma em cada sete famílias brasileiras vivia com renda abaixo de R$ 130, equivalente a 25% do salário mínimo da época (R$ 510).
Os pobres do Bolsa família
O Bolsa família entende como pobres no Brasil quem tem renda per capita menor que R$ 140. Em 2010, o programa oferecia uma bolsa-auxílio que varia entre R$ 22 e R$ 200 a 1,1 milhão de famílias. Cerca de 25% delas perderam o direito aos recursos em fevereiro porque não atualizaram seus cadastros. Em 2011, o ministério calcula que o governo gastará cerca de R$ 13 bilhões para atender a 12,9 milhões de beneficiados.

Médicos da rede estadual paralisam atividades hoje

Os médicos de toda o estado realizam uma manifestação hoje (03) para reivindicar melhores condições de trabalho, segundo o Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed). Os serviços devem ser paralisados por 24 horas, sendo realizados apenas os atendimentos de emergência ou cujo paciente corre risco de morte, de acordo com o vice-presidente do Sindimed, Francisco Magalhães.
Segundo Magalhães, a paralização será em frente aos hospitais Geral do Estado (HGE) e Roberto Santos. Ele afirmou que não vai parar a emergência, "porque aí seria uma temeridade".
Em nota, o Sindimed declarou que "faltam médicos nas emergências, faltam leitos hospitalares. Unidades de saúde estão desestruturadas: faltam medicamentos, faltam equipamentos. A população não sabe para onde ir quando adoece".
O secretário da Saúde, Jorge Solla, afirmou que o governo vai dialogar com a classe médica e admite que a saúde precisa melhorar.

Jornalista é assassinado no Rio de Janeiro

O jornalista Valério Nascimento, de 49 anos, foi morto com dois tiros na manhã de hoje (03), no quintal de sua casa, no distrito de Lídice, em Rio Claro, cidade do interior carioca. O primeiro tiro atingiu as costas de Valério. O segundo, na cabeça, foi à queima-roupa, segundo a polícia.
Valério era dono do jornal Panorama geral, que circulava em Rio Claro, Angra dos Reis (RJ) e na cidade vizinha de Bananal, no interior paulista (a cidade fica no Estado de São Paulo, mas faz divisa com Rio Claro).
A Polícia Civil apura se há motivação política no crime. O Grupo de Investigação Continuada (GIC), da 168ª DP (Rio Claro), informou que o jornalista vinha divulgando em seu jornal reportagens sobre supostas irregularidades na administração do prefeito de Bananal.
O policial civil Carlos Matos, chefe do GIC, designado pelo delegado Marco Antônio de Oliveira Alves a encabeçar as investigações sobre o assassinato do jornalista, informou que na última edição do Panorama geral, publicada no dia 29 de abril, Valério divulgou uma reportagem com o título "Esta é a realidade do bairro Rancho Grande. Totalmente abandonado pelo prefeito de Bananal".
Segundo Matos, também foram publicadas no jornal de Valério outras matérias "denunciando o desleixo das praças públicas, postos de saúde e do tratamento de esgoto em Bananal".
"Porém, é apenas uma denúncia suspeita a ser investigada, não temos ainda nada de concreto para afirmar o motivo do homicídio. No local do crime ouvimos testemunhas, mas prefiro não divulgar as informações repassadas por elas, para não atrapalhar as investigações", disse Matos.
O corpo do jornalista foi encaminhado ao Instituto Médico legal (IML) de Angra dos Reis.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) informou que repudiou o ato e pediu esclarecimento.
Para a Organizaçõ não-governamental (Ong) Repórteres sem fronteiras, o caso mostra que o país é perigoso para jornalistas. É o segundo caso este ano.