quinta-feira, 13 de junho de 2013

Assaltante é atropelado pela vítima em SP

Um assaltante ainda não identificado foi atropelado na noite desta quarta-feira (12) após roubar o relógio e o celular de um advogado no semáforo do cruzamento da Alameda Jaú com a rua Hadsock Lobo, nos Jardins, em São Paulo. O nome do advogado também não foi divulgado.
Segundo a polícia, por volta das 21h30 a vítima dirigia um Mercedes e estava com a namorada no semáforo, quando foi abordada pelo assaltante, que estava com uma arma de brinquedo. Ao tentar fugir, ele passou pela frente do carro da vítima, que acelerou e o atropelou. Em seguida, o advogado perdeu o controle do carro e bateu em outros dois veículos que estavam estacionados na rua. 
Na delegacia, ele disse que "agiu por impulso". O assaltante foi socorrido no Hospital das Clínicas. Não há informações sobre seu estado de saúde. O relógio e o celular, avaliados em R$ 15 mil, foram recuperados pela vítima. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial (Jardins).

"Deus me livre de conhecer coisa pior", diz Ariano Suassuna sobre a banda Calypso

Confiram o vídeo aqui.

Após sofrer maus-tratos e perder pata, vira-lata conquista jovens em SP

Jairo Marques

Caso alguém decida fazer uma visita à escola municipal Romão Gomes, no Parque Novo Mundo (zona norte de São Paulo), no período da tarde, será recebido, em primeiro lugar, por um cão vira-lata de três patas batizado pelas crianças de Snoopy. Todos os dias, o cachorro aguarda os garotos Felipe Alves Nunes, de 14 anos, e Evandro Pereira Santos, 13, saírem da escola para acompanhá-los de volta para casa, no conjunto residencial Cingapura, pouco menos de um quilômetro dali.

Foto de Eduardo Knapp, Folhapress

O cachorro mora na rua, em frente ao prédio onde vive a dupla, e se alimenta graças à ajuda "de todo mundo que dá uma coisinha". Felipe acredita que o chamego do cão com ele e com o amigo Evandro veio após eles terem dado "duas salsichas saborosas" ao bicho. 
"Ele é meu melhor amigo. Reconheço o esforço que faz, todos os dias, andando 850 metros só para ficar me esperando. Retribuo brincando, jogando bola e fazendo carinho nele", diz Felipe, estudante da oitava série
A história de amor entre Snoopy e os meninos começou há dois anos, antes de o cão ter sofrido a amputação devido a maus-tratos. "O cachorro desapareceu por um tempo e todos na escola acharam estranho. Só ficamos sabendo de tudo o que tinha acontecido quando ele retornou à rotina, já sem a patinha da frente", afirma a diretora, Tânia Carmona.
Quando sumiu, Snoopy só foi encontrado após uma busca que envolveu estudantes e moradores do bairro. "Encontramos ele muito machucado. Ele me viu e parecia que pedia para eu ir embora porque queria morrer sozinho. Foi muito triste", lembra Felipe. 
Moradores e alunos fizeram uma vaquinha e conseguiram arrecadar o valor de R$ 2.000 para os cuidados veterinários emergenciais para o cachorro. Em poucas semanas, o vira-lata sorridente estava recuperado, mas tendo de conviver com uma deficiência: andar sem a pata esquerda dianteira.
"Para mim, ele ter só três patas não faz diferença nenhuma. Só no começo, que ele andava um pouco mais devagar, mas, agora, é quase normal. O meu amor por ele é igual", conta Evandro. Apesar de os alunos conhecerem o cachorro "da portaria", poucos sabiam de sua saga, que só ficou popular após a publicação dos detalhes em um blog do colégio.
"A história do Snoopy é próxima da vida da gente, não é conto de fadas. Todo o mundo se emociona com a vontade dele de continuar vindo com os meninos", conta Giovanna Lemos, 12. Snoopy também virou tema de exposição de cartazes feitos na escola. 
Os alunos descreveram em desenhos seus sentimentos pelo bicho. "O cachorro ultrapassou a função dos nossos projetos pedagógicos e mexeu com o emocional das crianças, que vivem uma realidade muito dura no bairro, muitas vezes de pobreza, de violência", declara Ana Paula Faria, professora de informática educativa do colégio.
O cachorro só sai da portaria durante o período de aula em três situações: quando vê um dos garotos na quadra de esporte e começa a latir em desespero, quando consegue driblar os funcionários para ficar babando na janela da sala de aula dos meninos e para acompanhar a dupla de volta para casa. 
Para a assistente de diretoria Marisa Testone, os detalhes da história do cachorro "despertaram um sentimento de união entre os alunos". Texto publicado originalmente em 13 de junho de 2013, no jornal Folha de São Paulo, caderno Cotidiano.