A polícia francesa procura no sul do país, Xavier Dupont de Ligonnès, de 50 anos, descendente da nobreza francesa, gerente de uma pequena empresa perto de Pornic (oeste do país). Ele está desaparecido desde o dia 04 de abril, e em sua casa em Nantes (oeste), a polícia descobriu, ontem (21), enterrados em uma fossa, no jardim, os corpos de sua mulher, Agnès, de 49 anos, e dos quatro filhos do casal - Thomas e Arthur, de 21 e 18 anos, Anne e Benoît, de 16 e 13 anos, que também estavam desaparecidos desde o dia 04.
Hoje (22), um dos carros da família, um Citroen C5, foi encontrado no estacionamento de um hotel em Roquebrune-sur-Agens, no departamento de Var (sul da França), no outro extremo do país, onde a família viveu antes de Nantes.
Para os investigadores, Xavier Dupont poderia esclarecer o epísódio, o que levou a polícia a procurar por ele no sul do país, segundo o procurador de Nantes, Xavier Ronsin.
As investigações se concentraram nessa região após o registro de um saque de 30 euros em um caixa eletrônico do local, no dia 14 de abril. O procurador afirmou que Xavier jantou sozinho e dormiu em um albergue em Pontet, na região de Vaucluse (sudeste), na noite de 12 de abril.
“No dia 15 de abril, Xavier deixou sozinho o quarto e largou o veículo nas proximidades, sem tocar nele desde então”, disse o procurador. Segundo ele, a passagem de Ligonnès pela região coincide com “a data do desaparecimento de uma mulher” do departamento de Var, Colette Deromme.
Testemunhas
Segundo informações da France Presse, um vizinho da família, Fabrice, disse que, há 15 dias, viu Xavier de Ligonnès colocando “enormes sacolas no carro, um C5”. Fabrice disse também ter visto Agnès pela última vez no dia 04 bril. Ele afirmou que dias depois, os dois cães da raça labrador da casa “latiram durante toda a noite, e depois houve um silêncio absoluto”.
Os policiais parecem inclinar-se para uma cena preparada minuciosamente: o contrato de aluguel da casa foi rescindido, os amigos e a direção da escola dos filhos foram advertidos por carta que a família se mudaria para o exterior.
A polícia também elabora um estudo de personalidade de Xavier Dupont para determinar elementos que estão confusos. Segundo o procurador, Xavier Dupont estava frequentemente ausente de casa por motivos profissionais. De cabelos castanhos, cortados bem rente, rosto redondo e óculos de metal, Xavier dizia ser agente secreto, segundo a polícia judiciária. Outras informações dizem que ele trabalhava com turismo ou hotelaria.
