domingo, 2 de junho de 2013

Bailarino do TCA, Augusto Omulú é encontrado morto em Buraquinho

O bailarino, ator, coreógrafo e professor Augusto Omolú, assistente de direção do Balé do Teatro Castro Alves (TCA), foi encontrado morto a facadas na manhã deste domingo (02), na chácara em que ele residia na praia de Buraquinho, em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador. Ele tinha 50 anos. 

O corpo de Augusto José da Purificação Conceição foi encontrado pelo caseiro da Chácara Omolú, André Luiz Santos Caribé, por volta das 8h. Ele estava caído no chão entre a cozinha e a sala, com seis perfurações pelo corpo. A faca usada no crime não foi encontrada. De acordo com testemunhas, na noite do crime Augusto estava em um bar em Portão. Segundo a polícia, nenhuma linha de investigação está descartada. 

Integrante do Balé Folclórico da Bahia, Augusto foi um dos fundadores da escola de dança da Fundação Cultural da Bahia (Funceb), onde também era professor. Ele havia morado na Dinamarca durante dez anos, onde era integrante da companhia de dança Odin Teatret, fundada em 1964 pelo diretor italiano Eugenio Barba. Em 2011, Augusto retornou à Bahia. 

Augusto era diretor artístico e coreógrafo do grupo foi Anfitrião do Carnaval de Nice (França), em 1991, com Gilberto Gil. Desde 1993, ele era colaborador da Ista (International School of Theatre Anthropology), dirigida por Eugenio Barba. Há 25 anos, ele criou a coreografia Dança de Origem, que o Balé Folclórico da Bahia estava remontando, segundo o diretor Vavá Botelho.
"Meu tio, minha vida! Deus, trás ele pra mim, por favor! Minha inspiração. Cresci vendo esse homem oferecer arte. Quem foram os monstros capazes de fazer isso com você, tio?", escreveu o sobrinho Anderson Cupim em sua página no Facebook.
O diretor artístico do Balé do TCA, Jorge Vermelho também lamentou a morte do amigo: "Augusto foi ímpar em tudo o que fez e carregava tudo que há de mais intenso que um ser humano pode dedicar a algo que faz. É uma tragédia, uma perda irreparável, de tirar o chão. É inacreditável que a violência nos tire do convívio uma pessoa como ele". 
O caso será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Ainda não há informações sobre o velório e o enterro. Augusto deixa mulher e três filhos.
Jean Galvão