sábado, 1 de outubro de 2011

Envenenamento mata mais de 50 cães em São Bento de Inhatá

Mais de 50 cachorros, além de gatos, galinhas e galos foram mortos por envenenamento nas localidades de Bângala e Bolandeira, em São Bento do Inhatá, distrito de Amélia Rodrigues (a 84 km de Salvador), na tarde desta quinta-feira (29). Os animais eram dos moradores da cidade e, segundo eles, foram evenenados pelo fazendeiro e ex-prefeito de Conceição do Jacuípe (a 93 km de Salvador), João Barros de Oliveira, conhecido como João de Roque.
"Ele já vinha ameaçando matar os cachorros, e na quinta-feira estava em uma moto e levava uma sacola com carne envenenada, que ele ia jogando em todas as casas que havia animais", declarou um morador do distrito, que não quis se identificar.
Os moradores acreditam que João de Roque cometeu esta barbaridade porque uma de suas ovelhas foi atacada por um cachorro da região. Quando eles perceberam o que o criminoso fazia, avisaram a Polícia Militar de Amélia Rodrigues. Os policiais ainda viram João de Roque na moto e o perseguiram, mas ele conseguiu fugir.
A vereadora Maria Quitéria do Prado Ferreira é uma das pessoas que afirmou ter visto João de Roque jogando os pedaços de carne envenenada para os animais. Segundo ela, o caso será levado à Câmara Municipal de Amélia Rodrigues na próxima terça-feira (04).
Os corpos de quatro cachorros foram colocados por seus donos na entrada da fazenda de João de Roque - um deles foi pendurado na cancela da fazenda -, outros foram enterrados nos quintais das casas ou jogados no lixão da cidade, e não há incinerador no local. As carcaças de alguns animais ainda estão na beira da estrada.
O dono da farmácia Natu Vida e ex-secretário de Administração Municipal, João José Pires, conhecido como Dendê, e sua mulher, Neide Silva do Prado, contam que seus cães - Preto e Negão - também morreram, vítimas da carne envenenada por João de Roque.
A dona de casa Marlene Reis da Silva disse que perdeu um gato, o Maroto, e três cães - Faísca, Marron e Lassie -, todos envenenados por João de Roque. "A cadela estava prenha. Foi mesmo que perder meus filhos", lamenta.
Sete animais da aposentada Jacira dos Santos, de 64 anos, conhecida como Nem, também foram envenenados pelo fazendeiro. "Biscuí, Latoia, Jack Chan, Preta, Zóio Furado, Quatro Ôio e Raqueli, que estava parida, ainda sofreram antes de morrer, ficaram se batendo", lembra Nem, emocionada. "Os filhotes estão aqui, não querem comer porque estão sentindo falta da mãe", disse.
Entre outros animais mortos, estão dois cachorros de Lindaura; um de Agnaldo; um de Evandro, sobrinho de João de Roque; cinco de Joel; um de Dom Ratinho; dois de Judicael; dois de Jaci; dois de Tuca; dois de Zilis; dois de Celidalva; dois de Maria das Dores, conhecida como Dôli; um do comerciante conhecido como Brige; dois de Roque de Pedrinho; um cachorro, três galinhas e um galo de Welington; dois cães e um gato de Orlando.
Vale lembrar que envenenamento de animais é crime e segundo o Código Penal Brasileiro, com pena prevista de três meses a um ano de prisão.