segunda-feira, 24 de junho de 2013

Protesto em Teresina termina com ataque à Câmara e PMs feridos

Yala Sena 

Ao menos 20 pessoas foram presas na noite desta segunda-feira (24) durante confronto com a Polícia Militar em Teresina (PI). No terceiro dia de protestos na capital piauiense houve confrontos com um grupo de manifestantes em frente à Câmara Municipal. 

Foto de Yala Sena

Dois policiais militares ficaram feridos. Um deles levou uma pedrada no nariz. A Polícia usou gás lacrimogêneo e bomba de efeito moral para dispersar os manifestantes. Um grupo de 150 pessoas participou do apedrejamento da Câmara e do enfrentamento com a polícia. 
Os protestos pedem a redução da passagem de ônibus de R$ 2,10 para R$ 1,75 e que o prefeito Firmino Filho (PSDB) adote o passe livre para estudantes e trabalhadores desempre-gados. 

No início da tarde, cerca de mil pessoas ocuparam as ruas da cidade em passeata pacífica. Por volta das 19h, um grupo se dispersou e rachou com o movimento, devido à presença de líderes do PSTU e do PSOL. O coronel Alberto Menezes, comandante de policiamento de Teresina, informou que quatro pessoas foram presas com coquetel molotov e jogando pedras em policiais nas imediações da Câmara Municipal. 
O mesmo grupo interditou a avenida Frei Serafim, principal corredor de veículos da capital. "É um grupo que não se junta com os outros manifestantes e provocam vandalismos. Na última sexta-feira, eles apedrejaram o Palácio de Karnak [sede do poder estadual no Piauí]", disse coronel Alberto. 
Os presos irão responder por depredação ao patrimônio público e lesão corporal. A Câmara Municipal de Teresina teve vidros quebrados e dois carros da polícia apedrejadas. Canos também foram destruídos. O subtenente do 1º Batalhão da PM, Raimundo Pereira, foi ferido com uma pedrada no nariz.
A estudante de direito, Lorena Varão, 23, condenou a repressão da polícia e disse que o movimento não deve ser criminalizado. "Tentamos fazer um ato unificado, mas não houve acordo. Mesmo assim, estamos dando apoio jurídico aos presos", disse.
Texto publicado originalmente em 24 de junho de 2013, no jornal Folha de São Paulo, caderno Cotidiano.

Presa é encontrada morta em presídio de Vitória da Conquista

A detenta Dalva Souza, de 47 anos, foi encontrada morta na manhã desta segunda-feira (24) em uma cela do presídio Advogado Nilton Gonçalves, em Vitória da Conquista (a 512 km de Salvador).  
Segundo a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização), Dalva Souza sofria de hipertensão e foi encontrada morta durante a contagem de presos, às 8h30. 
Ainda segundo a Seap, uma autópsia será realizada para concluir a causa da morte. Uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi encaminhada ao presídio, mas Dalva já estava morta. 

Ela foi presa no último dia 21, acusada de tráfico de drogas. O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) de Vitória da Conquista.