sábado, 20 de abril de 2013

Em menos de sete horas, três farmácias são assaltadas em Salvador


Em um período de seis horas e meia, três farmácias foram assaltadas em Salvador. O primeiro roubo ocorreu por volta das 10h30, na Farmácia do Trabalhador, na rua Doutor Eduardo Botto, em Paripe. De acordo com a 19ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Paripe, quatro homens armados com revólveres renderam os funcionários e roubaram medicamentos e dinheiro dos caixas. Em seguida, fugiram em um Fiat Uno preto.
O segundo assalto aconteceu por volta das 13h30, na Farmácia Drogadeli, da rede Boa Farma, na Praça Conselheiro Almeida Couto, em Nazaré. 
Três horas e meia depois, quatro homens armados com revólveres invadiram a Farmácia Sant'Ana na rua Professor Sabina Silva, no Jardim Apipema, e anunciaram o assalto, por volta das 17h.

Farmácia Sant'Ana é assaltada no Jardim Apipema


"Abra logo pra eu não picar a mão na sua cara", disse um dos quatro assaltantes ao cliente da Sant'Ana, a terceira farmácia assaltada em menos de sete horas, neste sábado, em Salvador. Armados com revólveres, os criminosos invadiram a farmácia na rua Professor Sabina Silva, no Jardim Apipema, e anunciaram o assalto, por volta das 17h. Dois assaltantes renderam funcionários e clientes, enquanto outros dois ficaram do lado de fora, dando cobertura aos comparsas. 

Eles roubaram o dinheiro dos caixas, carteiras e celulares dos clientes, além de medicamentos. Em seguida, fugiram em um Chevrolet Corsa Sedã prata. Motoristas que passavam pela rua, viram os homens armados e ligaram para o 190. Policiais da 12ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Ondina, chegaram a perseguir os bandidos, mas eles conseguiram fugir.

Farmácia Drogadeli da rede Boa Farma é assaltada em Nazaré

Quatro homens com idade entre 20 e 30 anos, armados com revólveres, assaltaram a Farmácia Drogadeli, da rede Boa Farma, na Praça Conselheiro Almeida Couto, no bairro de Nazaré, na tarde deste sábado (20). Segundo informações do funcionário Mário, os criminosos invadiram a farmácia por volta das 13h30. 

De acordo com a 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM-Barbalho), três bandidos renderam os funcionários e os clientes. Um outro assaltante esperava os comparsas do lado de fora. Eles roubaram medicamentos que estavam expostos nas prateleiras e todo o dinheiro do caixa. Eles fugiram em um Fiat Uno branco. O funcionário não soube informar o valor roubado nem quantos medicamentos foram levados.

Foto de Deam Treml - AFP

Pontos

José Miguel Wisnik

Faltam nexos compreensivos capazes de dar conta dos acontecimentos culturais no Brasil - se não me engano em fevereiro, há cerca de dois meses, travou-se uma polêmica sobre o “vazio cultural” brasileiro, lançada por um número da revista Carta Capital que discutia o assunto. Por algum motivo circunstancial (acho que eu estava em viagem) só me dei conta da discussão posteriormente, através de seus ecos. Não tenho condições de recuperá-la agora, mas o meu “vazio cultural” particular de hoje, em que a coluna gira em falso à procura de seu ponto de apoio, me impele de volta à questão.
Considerar o tema como “ultrapassado” seria prender-se a uma lógica imediatista. A redução, aliás, de toda cultura a pautas, ganchos jornalísticos e mercadológicos, efemérides e fenômenos virais, é uma das partes do problema. Vou tentar expor a minha posição, mesmo sabendo que o assunto não cabe aqui. Acho o Brasil um país de grande vitalidade cultural. Essa vitalidade está na diversidade das práticas, no modo como elas se permeiam, nas soluções incomuns que resultam disso, em muitos níveis. 
Confesso que é difícil descrevê-la, porque ela se apresenta de maneira não usual, múltipla e heterogênea, extraindo a sua força exatamente disso. Ao mesmo tempo, essa vitalidade contracena com o baixo letramento médio brasileiro, que compromete sob muitos aspectos a sua organicidade e a sua capacidade de articulação. Apesar desse baixo letramento, no entanto, fomos capazes de reconhecer uma literatura na qual conviviam, a certo momento, Drummond, Rosa, Bandeira, Clarice, João Cabral e a poesia concreta, junto com teatro, música e cinema incandescentes. 
Isso não teria acontecido se não houvesse por sua vez uma atividade crítica de peso reconhecível, um campo crítico mapeado e exposto ao debate, um conjunto de publicações acompanhando a vida contemporânea. As instituições da chamada alta cultura, ou das instituições letradas, sofreram abalos e deslocamentos em todo o mundo, nas últimas décadas, sob a pressão dos meios de massa articulados com a onipresença da publicidade e com uma considerável corrosão da escola tradicional frente a essas novas realidades.
Mesmo assim, a literatura, os escritores, a crítica, tiveram ainda um papel determinante no acompanhamento de todas as transformações que se deram na Rússia ao longo do século XX, por exemplo, ou na Argentina ou em Portugal. O lugar do escritor, garantido por um certo lastro letrado, não se evaporou completamente no processo. Certamente não se pode dizer o mesmo do século XXI, mesmo lá. 
No Brasil, a tendência a deslocar as pautas culturais do campo das ideias para o das vendagens, comportamento, moda e polêmica de superfície lavou o lastro frágil da vida literária acumulada, e acuou a atividade crítica num papel incômodo, impertinente e estigmatizado, substituído pela atividade dos agentes e assessores de imprensa, dos releases, das entrevistas e notas em colunas sociais, pela participação em eventos, num ambiente de coquetelização da cultura (estou lembrando de um artigo contundente de Flora Sussekind, “A crítica como papel de bala”, publicado no Prosa em 2010, algumas balas do qual sobram para mim, se não estou enganado).
É certamente a essa perda de articulação e a esse rebaixamento do papel crítico na esfera pública que Vladimir Safatle se referia, ao intervir no debate caucionando o mote do “vazio cultural”. Vazio cultural, nesse caso, significa a falta de um senso totalizante e de um tensionamento da linguagem que comprometa as produções com algo mais do que sua inserção num mercado ou o seu reconhecimento por um grupo de participantes consumidores.
É exatamente o contrário do que pensa Hermano Vianna, para quem a cultura vive da força empenhada nela por seus agentes, que dão a cada cena cultural um sentido total auto-bastante. Onde para um há o vazio para outro sobra excedente. Os pressupostos são tão opostos que não dão lugar a uma conversa possível nem ao entendimento da impossibilidade disso. Para mim este é o ponto.
Não falta acontecimento cultural no Brasil, das mais complexas aventuras intelectuais às mais saudavelmente elementares manifestações do apetite de viver. Faltam, quando faltam, e como faltam, nexos compreensivos capazes de dar conta dessa complexidade, em meio à entropia de um mercado voraz e de um debate reduzido muitas vezes ao quiproquó, à faccionalização dos discursos e à simplificação jornalística. Em muitos sentidos, “vazio cultural” é um estado do mundo, hoje. Em cada caso, a questão é saber onde estão os “pontos luminosos”, e o Brasil é um vazio cheio deles. Texto publicado originalmente em 20 de abril de 2013, no jornal O Globo, caderno Cultura.

Bando cerca delegacia, sede da PM, casas de autoridades e explodem caixas eletrônicos em Jaguaquara (BA)

A situação foi tensa na madrugada deste sábado (20) em Jaguaquara (cidade a 343 km de Salvador), onde cerca de 30 homens encapuzados e armados com metralhadoras, fuzis e pistolas chegaram em cinco carros. Por volta das 3h15, os criminosos saem dos carros e cercam a casa da delegada Maria do Socorro Costa Damásio, titular da cidade, a delegacia, a sede do 3º Pelotão da 3ª Companhia do 19º BPM (Batalhão da Polícia Militar), e a casa do capitão Michel Frank, responsável pelo Batalhão. 


Foto de Marcos Fram
Segundo informações do soldado Reis, os criminosos usaram cadeados e correntes pesadas nos portões das casas, da delegacia e da sede do BPM para impedir a saída das autoridades e de seus familiares. Os bandidos se dividiram em seis grupos e ficaram a 100 metros de distância de cada local. Uma parte do bando ficou nos locais cercados por eles, enquanto a outra se deslocou para as agências do Banco do Brasil e do Bradesco, onde explodiram os caixas eletrônicos e destruíram parte das agências bancárias.
O soldado Reis ainda informou que os criminosos usaram dinamites para explodir os equipamentos. Depois das explosões, que duraram cerca de 20 minutos, os criminosos fugiram. A quantia roubada não foi divulgada. Ninguém ficou ferido. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar da Bahia foi acionado para retirar as dinamites instaladas nos caixas eletrônicos. A Polícia Civil vai solicitar as imagens do circuito interno de segurança dos bancos para tentar identificar os criminosos.